EUA estão de volta?

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-03 15:42:36

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Bandera

Por: Guillermo Alvarado

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repete com frequência a frase: “Estados Unidos estão de volta”, com certeza para se distanciar de seu antecessor Donald Trump, porém, lança um sinal equivocado aos que esperam mudança de rumo desse país.

A verdade é que os Estados Unidos, exceto em alguns temas, nunca foi embora do cenário mundial. É fácil comprová-lo num dos aspectos mais claros de sua hegemonia: a presença militar em lugares espinhosos.

Europa Ocidental continua sendo a região predileta do Pentágono, não só quanto ao número de soldados, apetrechos e centros de comunicação, mas também de armas nucleares.

Um relatório da Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN, divulgado em abril de 2019 não só confirma isso, mas comete o “erro” de assinalar que 150 ogivas, em primeiro lugar bombas atômicas do tipo B61, estavam depositadas em seis bases norte-americanas da Europa.

Estamos falando nas bases de Kleine Brogel, na Bélgica; Buchel, na Alemanha; Aviado e Ghedi-Torre, na Itália; Volkel, nos Países Baios, e Incirlik, na Turquia. Esta informação foi suprimida na nova versão do documento, que se publicou logo depois.

Mais recente é a advertência do general russo Anatoli Sidorov. Segundo ele,  se tenciona construir na Polônia infraestruturas militares para albergar  20 mil soldados norte-americanos. Na Bulgária, se poderiam manter até cinco mil soldados do Pentágono, comentou.

Todos esses projetos estão muito ligados à OTAN e fazem parte de um movimento deliberado para desestabilizar o sistema de segurança no continente europeu, garantiu Sidorov.

Provavelmente alguns se lembrem do rumor de que Trump se preparava para diminuir o contingente norte-americano estabelecido na Alemanha. De fato, aquilo foi mero rumor, talvez uma chantagem para que os europeus dessem mais dinheiro à OTAN, finalmente nunca se confirmou.

Na América Latina, também avançam projetos militares de Washington. Um deles é comentado pelo analista panamenho Julio Yao.

É o chamado Centro Regional de Operações Navais - CROAN – uma nova variante de Estado Maior que fortalecerá o Comando Sul. Sua base ficará no Panamá e vai operar sob o pretexto de articular a luta contra o tráfico de drogas e outras formas do crime organizado.

Em verdade, seus olhos estarão postos na Venezuela e na renovação de governos progressistas e, consequentemente, na integração regional.

A hegemonia norte-americana, portanto, não volta, é que nunca se foi.

 

 

 



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