A pandemia da Covid-19 aprofunda a desigualdade de gênero

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-09 14:32:21

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En varias naciones Latinoamericanas se incrementaron las llamadas a las líneas de ayuda, y se disparó la cifra de feminicidios. Foto / El Tiempo

Por: Maria Josefina Arce

Perda de empregos, salários mais baixos, maior pobreza, multiplicação dos afazeres domésticos e violência – feminicídos inclusive – é o panorama que dominou o mundo no Dia Internacional da Mulher, comemorado em oito de março.

O ano 2020 foi difícil para as mulheres, e este não parece ser melhor. A Covid-19 desmascarou as desigualdades de gênero, uma realidade para milhões de mulheres, especialmente nos lugares mais pobres.

“Se não agirmos imediatamente, a Covid-19 apagará uma geração de frágil progresso rumo à igualdade de gênero”, afirmou o  secretário-geral da ONU, Antonio Guterrez, no ano passado, recordando um novo aniversário da Conferência de Beijing, aquele grande encontro de 1995 sobre os direitos das mulheres.

A verdade é que a crise econômica e sanitária em que o mundo está mergulhado faz mais de um ano contundiu com mais força as mulheres e as meninas.

Para muitos, se vive uma pandemia dentro de outra pandemia devido à piora das vulnerabilidades desse segmento populacional, que batalhou ao longo de séculos pela conquista de seus direitos e o importante lugar que lhe corresponde na sociedade.

A doença causada pelo novo coronavírus e as medidas de confinamento para evitar sua propagação prejudicou a economia informal, onde ganham o pão muitas mulheres, mas são menos protegidas em matéria de trabalho.

As estimativas revelam um aumento de 9,1 por cento da taxa de pobreza nesse segmento populacional. Neste ano, para cada 100 homens que vivam em pobreza extrema haverá 118 mulheres na mesma situação.

A pandemia trouxe um endurecimento da violência de gênero. As medidas adotadas pelos diferentes governos deixaram mulheres e meninas presas em suas casas e lá, onde deviam estar mais seguras, a ameaça à sua integridade tem sido maior.

Esta situação foi especialmente grave na América Latina, a região mais letal para as mulheres, segundo a CEPAL – Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe -.

Em várias nações da área, se multiplicaram as ligações para linhas de ajuda, e o pior foi que disparou o número de feminicídios.

As mulheres lideram a batalha contra a Covid-19 como profissionais da saúde, médicas, enfermeiras, cientistas e cuidadoras, porém ganham 11 por cento menos globalmente em comparação com os homens.

Oito de março foi comemorado neste ano de maneira diferente. Em algumas nações a Covid-19 não conseguiu impedir que as mulheres saíssem às ruas, porém foi nas redes sociais onde elas deixaram bem clara sua força e desejos de batalhar por suas prerrogativas, direito à vida e um mundo melhor para todas.



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