A guerra interminável

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-23 19:48:58

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Lloyd Austin, en una imagen de 2016 en el Senado.BRENDAN SMIALOWSKI / AFP

Por: Guillermo Alvarado

O novo secretário da Defesa dos EUA Lloyd Austin realizou sua primeira visita ao Afeganistão, onde se reuniu com altos mandos do exército de ocupação e autoridades locais e repetiu a ladainha de que seu país busca uma saída responsável à guerra.

Acontece que é muito difícil encontrar esse tipo de solução a um conflito que completará 20 anos em breve. É o mais prolongado em que se viu envolvido o Pentágono e cujos custos humanos, econômicos e políticos são incalculáveis.

Como se sabe, a invasão do Afeganistão começou em outubro de 2001, depois dos ataques contra as torres gêmeas de Nova York sob o pretexto de que o governo talibã escondia Osama Bin Laden, suposto cérebro daqueles atentados.

Em verdade, foi uma ação de vingança e uma absurda demonstração de poderio militar dos Estados Unidos e seus aliados, sob o inútil pretexto de amedrontar o mundo.

Os talibãs foram afastados do poder, porém a resistência se disseminou pelo país todo e os dois grandes e presumíveis objetivos da ocupação – combater o terrorismo e acabar com o tráfico de drogas – fracassaram.

Segundo  o próprio Departamento da Defesa, de 2001 a março de 2019, a guerra custou aos EUA, isto é, aos contribuintes norte-americanos, 760 bilhões de dólares, todavia um estudo independente da Universidade Brown insiste em que esse número é inferior ao verdadeiro gasto.

Se adicionarmos o tratamento dos soldados feridos ou perturbados pela guerra, outras despesas de diferentes departamentos do governo e os juros das dívidas contraídas para custear as operações, ficaria por volta de um trilhão de dólares.

Nessa guerra, morreram 2.300 norte-americanos e 20.500 saíram feridos, sem falar nos transtornos psicológicos.

O preço mais alto de mortos pagou o país agredido, com estatísticas conservadoras de 45 mil soldados afegãos mortos, 32 mil civis assassinados e 60 mil feridos. Vale recordar que os civis mortos começaram a ser contados formalmente só em 2009.

Nesta recapitulação, a única saída responsável para os EUA e as potências que ainda o acompanham nesta aventura é retirar imediatamente todas as suas forças, dispensar justo reconhecimento às vítimas e ao povo afegão, e pagar a reconstrução de tudo que foi danificado.

Se o presidente Joe Biden quiser se desligar de seu antecessor Donald Trump – algo que ainda não fez – deve pedir desculpas por uma guerra cruel e injusta.

 

 

 



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