Mortes que se poderiam evitar

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-25 21:04:04

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El local de King Soopers tras el tiroteo. Title EP

Por: Guillermo Alvarado

Uma nova tragédia conturba a sociedade norte-americana: um homem armado atirou a esmo contra as pessoas que faziam compras num supermercado no estado de Colorado e matou dez pessoas.

O terrível crime ocorre poucos dias depois de terem sido perpetrados três ataques na cidade de Atlanta, capital de Georgia, contra salões de massagens com saldo de oito mulheres mortas, seis delas de origem asiática.

Depois de cada um desses dramas, as autoridades pronunciam frases de dor dando seus pêsames aos parentes das vítimas, mas poucas vezes se dá ênfase a uma das principais causas: a excessiva proliferação de armas e os controles praticamente inexistentes para vendê-las a qualquer um.

Estados Unidos é um país repleto desses artefatos da morte ao abrigo da Segunda Emenda da Constituição que, provavelmente quando se aprovou em 1791, pela época da guerra de independência, teve sua razão de ser, mas hoje em dia não só é obsoleta, mas também muito perigosa.

O texto, de 25 palavras, em sua tradução ao português, diz assim: Sendo necessária uma milícia bem ordenada para a segurança de um Estado Livre, não será violado o direito do povo de possuir e portar armas.

Por trás da emenda se escondem industriais e comerciantes muito prósperos que converteram Estados Unidos num enorme arsenal, onde para cada 100 habitantes há 120 armas e uma quantidade sem fim de munições em poder de civis, contando os idosos e recém-nascidos.

E não estamos falando apenas de revólveres e pistolas, e sim de modernos e potentes fuzis, como o AR-15, uma versão modificada do M-16, que dispara tiro a tiro com elevada cadência de fogo, perfeito para um assassino solitário.

O rentável negócio de fabricar e vender armas se move por temporadas e tem muito a ver com as angústias e temores de uma sociedade instável.

A pandemia da Covid-19 veio a calhar aos mercadores da morte, uma época dourada, porquanto as compras subiram e durante os protestos após o assassinato de George Floyd literalmente se dispararam.

Porém, isto não foi nada comparado com o acontecido em janeiro de 2021: o assalto ao Capitólio e a tormentosa investidura de Joe Biden à presidência.

Durante aquele mês se realizaram 4,3 milhões de verificações de bons antecedentes, solicitados pelos que tinham a intenção de comprar uma arma.

Na primeira potência econômica do mundo, a angústia e o medo são sensações dominantes entre as pessoas, que parecem se acalmar quando tem em casa alguma coisa com que matar, ou que faça dano aos seus semelhantes.

 

 

 

 

 

 



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