África em Cuba

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-05-27 21:18:07

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Maria Josefina Arce

África está em nós. Nossa essência, nossa identidade está formada por sua presença, pela influencia inegável de seus costumes, religião e cultura. Como afirmara o sábio cubano Fernando Ortiz: “Sem o negro, Cuba não seria Cuba…”.

A união começou faz séculos e se tornou mais forte com o passar dos anos, já desprovida de caráter colonial e explorador. A amizade e a irmandade são os sentimentos que nos abraçam.

O líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, disse que Cuba tinha uma dívida com África, que recebia a solidariedade da Ilha já na década de 1960, uma solidariedade que envolveu muitos âmbitos, o militar inclusive.

Nesse marco se insere a Operação Carlota, a contribuição de Cuba para a luta contra o racismo e o colonialismo na África.

Mais de três mil cubanos deixaram atrás sua terra e lutaram junto ao povo angolano na defesa de sua independência a pedido do MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola – liderado por Agostinho Neto.

Enorme perigo pairava sobre Angola, que devia obter sua independência de Portugal em novembro de 1975 ao espírito dos acordos de ALVOR, mas estes foram violados pela África do Sul, Zaire, a FNLN – Frente Nacional de Libertação de Angola – e a UNITA – União Nacional pela Independência Total de Angola – grupelhos financiados, treinados e armados pela CIA – Agência Central de Inteligência dos EUA -.

A participação de Cuba foi determinante para derrotar o exército sul-africano, a UNITA, e outros grupos armados, apoiados também pelas antigas potências colonialistas européias.

Em Angola, realizaram façanhas. A coragem e a determinação dos combatentes cubanos junto a seus irmãos africanos adquiriram realce na defesa de Sumbe e nas batalhas de Cangamba e Cabinda.

Cuito Cuanavale seria a batalha decisiva e viraria símbolo de coragem e resistência, tanto assim que o líder sul-africano Nelson Mandela afirmou com relação à mesma: a derrota esmagadora do exército racista em Cuito Cuanavale foi uma vitória para África toda.

Nessa pequena aldeia da província de Cuando Cubango, cubanos e angolanos unidos combateram e derrotaram as poderosas forças sul-africanas que contavam com modernos aviões de combate, tanques e artilharia.

De 1975 a maio de 1991, quando retornou o último cubano, teve lugar a epopéia, conhecida como Operação Carlota, que mudou o destino da África.

Os cubanos forjaram sólidos laços de irmandade com África. De lá, só levaram a amizade e a gratidão dos povos africanos, especialmente dos angolanos.

A ajuda de Cuba era um compromisso com uma causa justa, um dever compensatório como dissera Fidel Castro pelo papel que desempenharam os africanos e seus descendentes na gesta libertária cubana e sua contribuição para a confirmação de nossa nação.

 

 

 

 

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