Eleições no Peru

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-06-01 21:13:36

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AP / Francisco Vigo.

Guillermo Alvarado

No meio de uma forte onda de contágios pela Covid-19, 25 milhões de peruanos estão convocados a votar no segundo turno das eleições presidenciais, que acontecerá no domingo, 6 de junho, para definir entre duas opções totalmente opostas o futuro presidente do Peru.

A crise sanitária, que causou um milhão 890 mil casos e perto de 180 mil mortos, não é o único inconveniente que enfrentam os organizadores e participantes dos pleitos.

Estamos falando num país onde seis de seus últimos presidentes foram acusados, investigados, processados ou encarcerados por corrupção ou graves violações dos direitos humanos, o que minou naturalmente a confiança da população em suas autoridades.

Um deles, Alberto Fujimori, sentenciado a 25 anos de cadeia por abusos cometidos contra as garantias fundamentais dos peruanos, é pai de Keiko Fujimori, que compete no segundo turno.

Keiko representa a direita radical, com um programa neoliberal. Ela quer se eleger, em primeiro lugar,  para evadir uma causa de lavagem de dinheiro que poderia mandá-la para a prisão por 30 anos.

No outro extremo, está o professor Pedro Castillo, candidato de Peru Livre, vítima de feroz campanha desencadeada pelo setor político conservador, o grande empresariado e seus meios de comunicação, que insistem em apresentá-lo como um “esquerdista próximo do terrorismo”.

A proposta de governo de Castillo é fazer com que as riquezas naturais do país beneficiem os mais pobres em lugar das multinacionais e convocar a um referendo constitucional devolvendo a soberania e a dignidade ao povo.

Prometeu universalizar a saúde e a educação, combater a desnutrição crônica nas zonas rurais e favorecer os pequenos e médios produtores para garantir o consumo.

As visões opostas de Keiko Fujimori e Pedro Castillo refletem, também, a divisão do Peru entre Lima, a capital e sede dos fatores do poder econômico, comercial e financeiro, e a região andina empobrecida e abandonada durante décadas.

Vamos ver se prevalecerá o voto das maiorias desprotegidas, ou a maquinaria eleitoral fujimorista, que conta com o apoio dos ricos e os políticos tradicionais, que temem perder seus privilégios e sua impunidade.

 

 

 

 



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