Com amigos como esses…

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-06-03 15:45:33

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Imagen tomada de Cubadebate.

Guillermo Alvarado

Dirigentes e personalidades da União Europeia ergueram as vozes para condenar uma missão de inteligência, conhecida como Operação Dunhammer, realizada pelos Estados Unidos com a ajuda da Dinamarca para espionar políticos do bloco europeu.

A espionagem ocorreu de 2012 a 2014, quando Barack Obama era presidente dos EUA e Joe Biden seu vice.

Pesquisa feita por jornalistas e divulgada na Europa, no fim da semana passada, determinou que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos – NSA por suas siglas em inglês- aproveitou um convênio que havia com seus colegas dinamarqueses para grampear ligações.

Até agora só se sabe os nomes das vítimas alemãs, como a Chanceler Federal Angela Merkel e o antigo líder da oposição, Peer Steinbrueck, mas se tem conhecimento que houve gente, também, na França, Noruega e Suécia.

Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron pediram explicações à Dinamarca e aos EUA; ambos consideram a ação inadmissível entre aliados, onde deve prevalecer a confiança.

Outros líderes europeus concordam com a repreensão, disseram que estavam à espera de detalhada explicação das duas nações envolvidas no caso.

O executivo dinamarquês está constrangido, porquanto sabida da operação desde que investigou em 2015 as relações de seus serviços de inteligência com a NSA.

Washington se sente incômodo, não gostaria que o assunto viesse à tona durante a visita de Biden à Europa. De qualquer modo, ninguém espera uma briga feia, nem que o assunto prejudique as relações entre EUA e Europa.

Em verdade, não se questiona a espionagem em si, mas o fato de que tenha ocorrido contra governos aliados. A intromissão nos assuntos internos de outros países não é o problema. O problema é que sejam países supostamente “amigos”.

Estados Unidos utilizou a Dinamarca para suas tarefas de inteligência devido à sua posição geográfica, no centro da Europa e com costas no Báltico, onde espionou, desde a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética, primeiro, e depois a República Russa, mas isso não incomoda ninguém naquele continente.

Dói à União Europeia que os alvos, neste caso, sejam seus membros. Pois é, deveria servir-lhes de lição, mais uma vez, que os Estados Unidos não têm amigos, apenas interesses.        

 

 

 



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