A economia cubana cresce, porém, não ao ritmo almejado. Além do endurecimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA desde os anos 60, existem outros fatores que incidem nesse resultado. Por isso, na mais recente reunião do Conselho de Ministros, o presidente Raúl Castro chamou a aprofundar a análise da situação.
Os analistas acreditam que o propósito de ultrapassar os 5% de crescimento do PIB, Produto Interno Bruto, só poderia ser alcançado se for produzida no país boa parte do que hoje é importado.
Cuba dedica todos os anos volumosos recursos à aquisição no exterior de petróleo, alimentos, maquinarias e peças sobressalentes, cujo valor oscila de acordo com o mercado internacional. É preciso, também, levar adiante processos cujos resultados só aparecerão a longo prazo.
A respeito falou Marino Murillo, vice-presidente do Conselho de Ministros e chefe da Comissão Permanente de Implementação e Desenvolvimento das Diretrizes Econômicas e Sociais. Disse que Cuba precisa de fontes externas de financiamento, portanto, o investimento estrangeiro, bem aplicado, se torna uma possibilidade real de crescimento econômico.
Não se trata de vender o país, e sim de utilizar o potencial dessa alternativa. Isso ficou claro na nova lei de Investimento Estrangeiro aprovada no Parlamento.
Tanto a legislação quanto a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, instalada nos arredores do porto do mesmo nome, perto de Havana, têm entre suas prioridades a substituição de importações. O objetivo é obter no país mercadorias pelas quais se pagam milhões para importá-las.
O megaporto tem despertado o interesse de outras nações. Em sua recente visita a Cuba, o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, visitou a instalação. A Espanha também manifestou seu interesse, e já foi realizada em Madri uma jornada sobre oportunidades de negócios e investimentos organizada pelo Conselho Superior de Câmaras de Comércio.
Na 1º Convenção e Exposição Internacional Cubaindustria'2014, em Havana, foram reveladas aos mais de 400 empresários de 29 países presentes as oportunidades que oferece a Zona Especial de Mariel.
Cuba conta hoje com um ambiente propício para o investimento estrangeiro, com prioridade para a pesquisa e inovação tecnológica. Nesse contexto, o megaporto e seus arredores constituem uma boa opção para incentivar o crescimento econômico do país.
(M.J. Arce, 26 de junho)
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