Humanidade sem rumo

Editado por Irene Fait
2022-05-25 18:38:26

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Por Guillermo Alvarado

Mais de 100 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar seus lares e lugares de origem por causa dos conflitos armados, perseguição política, violência, desastres naturais, racismo e outros motivos.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, disse que o número é alarmante e nunca deveriam ter chegado lá, era um aviso para que a nossa espécie pusesse fim às guerras em todo o mundo.

O funcionário deu particular ênfase ao enfrentamento armado que está se passando faz quatro meses na Europa do leste, porém, em verdade, faz décadas que as guerras são a principal causa de que milhões de seres humanos deixem suas terras para preservar suas vidas.

Por exemplo, em nosso continente temos a Colômbia, onde sete décadas de conflito doméstico fizeram com que ao menos seis milhões de seus habitantes buscassem refúgio em outros lugares, sem sair do país.

A eles devemos somar outros três milhões que foram empurrados pela mudança climática, megaprojetos agrícolas ou mineiros e ações dos latifundiários. Todavia, eles não têm um estatuto de refugiados ou deslocados.

Não devemos esquecer aqueles que foram prejudicados pelos enfrentamentos domésticos que propiciaram intervenções estrangeiras, inclusive as chamada de “humanitárias”, que causam tanto dano quanto as outras.

A lista é comprida, inclui países como Afeganistão, Iraque, Somália, Líbia, República Democrática do Congo, Nigéria, Burkina Faso e Etiópia, onde a guerra leva anos ceifando vidas e atormentando as sociedades.

Aí estão, também, dezenas de milhares de membros da comunidade rohingya, que, no seu próprio país, Mianmar, não têm direito à cidadania e à propriedade de suas casas por causas religiosas.

As agências da ONU concentram esforços em evitar que 19 milhões de civis morram de fome no Iêmen. Essa tragédia poderia ser evitada com 4,3 bilhões de dólares. É uma quantia verdadeiramente irrisória se for comparada com os 20 bilhões que os Estados Unidos destinaram à guerra na Ucrânia faz alguns dias atrás.

Não menos dolorosa é a situação dos palestinos, forçados a serem refugiados em sua própria terra, que está ocupada e controlada pelo Estado sionista de Israel com o silêncio cúmplice de quase todo o mundo.

Muitas coisas vão mal, quando é mais fácil conseguir dinheiro para matar do que para salvar, quando tudo se privatiza e tem um custo que a maioria da gente não pode pagar.

 



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