Horizonte brumoso

Editado por Irene Fait
2022-06-09 16:37:18

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Por Guillermo Alvarado

O Banco Mundial esboçou nesta semana um panorama sombrio ao prognosticar que a economia global sofrerá uma dura queda, tanto nos países desenvolvidos quanto nas nações pobres e muitos entrarão em recessão provocando grave impacto na qualidade de vida.

Vários fatores incidem nesta situação. Em primeiro lugar, as consequências da crise sanitária causada pela Covid-19, o acelerado encarecimento dos preços dos combustíveis, dos alimentos, das matérias-primas e a guerra no leste da Europa.

O Banco Mundial detalha  no informe Perspectivas Econômicas Globais que o crescimento neste ano será por volta de 2,9 por cento, muito aquém dos 5,7 por cento de 2021 e menor do que as estimativas do Fundo Monetário Internacional, em abril.

A China crescerá 4,5 por cento, muito mais do que os EUA e a Europa cujo crescimento será de uns 2,5 por cento.

Já nos países em desenvolvimento, um eufemismo para nomear o mundo pobre, este fenômeno negativo se traduzirá no aumento dramático da pobreza e da miséria amplificando assim o descontentamento e o protesto social.

É claro que nem tudo será dor e sofrimento, há setores da economia que estão vivendo seus anos dourados, como as grandes corporações petroleiras, as multinacionais farmacêuticas e as firmas que controlam a venda de alimentos.

A pandemia foi uma mina de diamantes para os grandes laboratórios que embolsaram bilhões de dólares com a venda de vacinas. Não se importam com o mundo subdesenvolvido, onde apenas 14 por cento da população foi imunizada.

No meio deste mundo mergulhado no caos, a cada 30 horas um endinheirado fatura um bilhão de dólares, muitíssimo mais dinheiro do que uma pessoa precisa para viver na mais insultante opulência inclusive.

O Banco Mundial fala nos prejuízos da guerra no leste da Europa, mas não diz que as sanções ocidentais contra a Rússia têm a ver com o desabastecimento de combustíveis e alimentos. Boa parte dos problemas do Velho Continente vem das próprias políticas anti-russas.

Calam que o complexo militar industrial norte-americano embolsa somas estratosféricas com a venda de armas.

Certamente o mundo vai sofrer, exceto aqueles que nunca perdem: os grandes grupos oligárquicos que vivem da dor alheia.



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