Viagem imperial

Editado por Irene Fait
2022-07-18 17:09:41

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Imagen / Deia

Por Guillermo Alvarado

O presidente Joseph Biden voltou aos Estados Unidos, no domingo, depois uma viagem pelo Oriente Médio, onde tentou reconstruir o papel hegemônico de seu país naquela região, que considera um pedaço essencial de seu pátio traseiro.

A viagem teve por objetivo consolidar a gestão de Israel como gendarme de Washington, parceiro estratégico, ou amigo intimo, se é que este último conceito tiver algum significado para a Casa Branca, mas duvidamos sabendo do rosário de traições cometidas em qualquer lugar.

Não obstante a crise política que encontrou em Tel Avive, com um governo provisório e muita incerteza em torno do resultado das próximas eleições legislativa, Biden deu seu apoio às ambições israelenses.

Não foi casualidade que, algumas horas depois, a força aérea sionista tenha bombardeado a Faixa de Gaza, onde vivem quase dois milhões de palestinos, bloqueados por ar, mar e terra. O presidente norte-americano não quis comentar essa situação.

A viagem prosseguiu pela Cisjordânia e Arábia Saudita e incluiu reuniões com os líderes do Conselho de Cooperação do Golfo + Egito e o Iraque. Riad foi uma escala incômoda, porém indispensável. Recordemos que durante sua campanha eleitoral, Biden prometeu tratar esse país como “pária”.

Todavia, as circunstâncias mudaram muito neste ano e os Estados Unidos precisam urgentemente de que os governos daquela região aumentem a produção de petróleo e se somem às sanções contra a Rússia. Tais objetivos são bem complicados e não serão atingidos com uma mera visita do presidente norte-americano.

Com efeito, o príncipe saudita, Mohamed Bin Salmán, disse palavras duras ao chefe da Casa Branca. Primeiro, recordou ao visitante que não pode impor seus “valores” a outros países do mundo, logo depois enumerou os erros crassos cometidos no Iraque e no Afeganistão, povos destroçados pela guerra.

Em um de seus discursos, Biden assegurou que “não nos afastaremos, nem deixaremos um buraco para que a China, a Rússia ou o Irã o preencham. Buscaremos consolidar este momento com uma liderança norte-americana ativa e de princípios”.

É óbvio que não percebe que o Oriente Médio é habitado por povos soberanos, que para bem, ou para mal, são capazes de tomar suas próprias decisões e onde não há nenhum buraco para preencher.

Em verdade, a viagem serviu para mostrar que Biden está aflito por causa da crise energética que se aproxima e que ele mesmo provocou com suas medidas absurdas contra a Rússia, e também pela proximidade das eleições de meio de mandato em seu país, que tendem a ser pesadelo para Biden, pois decidem seu destino como governante.

 



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