Defendendo a educação pública no Uruguai

Editado por Irene Fait
2022-10-12 17:47:55

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| Foto: Fenapes

Por Maria Josefina Arce

Manifestações, greves e ocupação de colégios e faculdades se repetiram inúmeras vezes no Uruguai, neste ano. E se intensificaram nas últimas semanas na defesa de uma educação pública de boa qualidade e para todos.

Professores, estudantes e familiares rejeitam os planos do governo do presidente Luis Lacalle Pou, que deseja uma reforma educativa, contrária aos interesses e necessidades de alunos e trabalhadores da área.

Na semana passada, se realizou uma grande marcha, que congregou dezenas de milhares de uruguaios em Montevidéu. Desfilaram pela Avenida 18 de Julho, a principal da capital, e se concentraram em frente à sede do Congresso.

Os manifestantes denunciaram que o governo, ao favorecer a privatização, pretende lucrar com um direito humano essencial cuja finalidade é diminuir a desigualdade e melhorar as condições de vida das pessoas.

Um enorme repúdio causou na sociedade uruguaia o corte de milhões de dólares nas verbas destinadas à educação, desde que Lacalle Pou assumiu a presidência em março de 2020.

Os cortes se traduziram em um número mais elevado de estudantes nas salas de aula, na eliminação dos horários de prática e a sobrecarga de trabalho dos professores ao serem suprimidos postos de trabalho.

Os especialistas consideram nefasto o corte sistemático de verbas a UDELAR (Universidade da República). O Uruguai, afirmam, está perdendo que a capacidade e a formação dos jovens tenham um impacto positivo na sociedade uruguaia.

O corte de verbas traz consigo menos oportunidades de estudos para muitos, porquanto limita o acesso a bolsas de estudo e horários acessíveis para aqueles que trabalham.

O centro de altos estudos mais importante do país congrega 85% dos estudantes universitários do Uruguai e lidera a produção científica, com ao menos 95% de projetos de pesquisa.

O conflito com o governo está aumentando dia a dia. A sociedade uruguaia exige uma educação que conduza ao desenvolvimento integral, que não seja discriminatória e chegue a todos para ampliar e melhorar suas perspectivas de vida, e contribua para o crescimento do país.



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