O abandono da educação no Equador

Editado por Irene Fait
2022-12-19 19:07:50

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Por Maria Josefina Arce

A onda de violência nas ruas e nas prisões, a piora das condições de vida das famílias no Equador e a falta de empregos dignos são dívidas de Guillermo Lasso, que finaliza 2022 como um dos presidentes latino-americanos com menor aprovação nos últimos anos.

O governo também deve à população na área de educação. De acordo com dirigentes sindicais do setor, o sistema educativo público equatoriano está abandonado por causa da política neoliberal das autoridades.

O futuro de centenas de milhares de crianças e jovens está em jogo, pois para cumprir as exigências do Fundo Monetário Internacional, o governo cortou verbas em áreas tão sensíveis como a educação.

Vale recordar que a instituição financeira volta ao Equador durante o governo do ex-presidente Lenin Moreno, porquanto seu antecessor, Rafael Correa, tinha cortado relações com a mesma e batalhado contra a dívida ilegal.

Diante da situação atual, os estudantes pobres viram reduzidas suas possibilidades de entrar no mercado de trabalho.

Ao longo do ano, professores e estudantes saíram às ruas para defender a educação pública e a  alocação de mais verbas. Só no primeiro ano de governo de Lasso, que começou em maio de 2021, os fundos alocados às faculdades e escolas politécnicas tiveram um corte de 113 milhões de dólares.

O mais recente protesto ocorreu nos últimos dias para denunciar a falta de vontade política do governo, que prejudica a infraestrutura educacional, a concessão de vagas, bolsas de estudos e estipêndios provocando a demissão de professores.

Por isso, há mais de 200 mil crianças e adolescentes fora dos colégios em todo o país. Sem verbas, não têm professores.

Lasso prometeu melhoras no sistema de vagas para a educação superior, todavia, em maio passado, as autoridades confirmaram que perto de 90 mil jovens não poderiam entrar nas faculdades ou institutos superiores.

Os manifestantes reclamaram concursos para que novos professores possam ser admitidos, aumentar as horas letivas dos estudantes como recomendam organismos internacionais e o pagamento dos salários de 30 mil professores de acordo com a mais recente legislação.

Há muitas promessas que não foram cumpridas. A verdade é que Lasso mergulhou no neoliberalismo e favorece as privatizações deixando de lado o investimento social, o que se traduz em maior desigualdade no Equador.



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