A direita e suas ações desestabilizadoras na América Latina

Editado por Irene Fait
2023-01-10 18:13:51

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Pagina Central

Por Maria Josefina Arce

A direita está à espreita na América Latina. Seus recentes fracassos nas urnas, que instalaram governos progressistas no poder, representaram duro golpe para suas pretensões. Assim sendo, colocou em funcionamento sua maquinaria golpista e endureceu seus ataques ideológicos através das redes sociais e os grandes meios de comunicação.

Temos o recente caso do Brasil, que viveu no domingo passado horas de incertezas e violência.

Mediante um intento golpista, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro buscaram reverter os resultados das eleições gerais de outubro passado que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, empossado a 1º de janeiro passado.

Infelizmente, o Brasil não é o único caso. Estão aí o Peru e a Bolívia, onde a situação é bem tensa. A direita não esmorece, insiste nas ações desestabilizadoras contra o governo de Luis Arce, vencedor indiscutível das eleições gerais de 2020, na Bolívia.

Vários têm sido os pretextos nos últimos meses para reeditar o golpe dado em novembro de 2019 a Evo Morales, presidente à época, também eleito democraticamente nas urnas.

A realização em 2024 do Censo Populacional e Habitacional foi a desculpa esfarrapada que utilizou o governador de Santa Cruz, o opositor Luis Fernando Camacho, para desencadear a violência e convocar a uma greve. A elite local exigiu que se antecipasse o censo para 2023.

Ao longo de muitos dias foram atacadas comunidades, houve saques e incêndios de organizações sociais, atos de discriminação, e se vulnerou o direito dos habitantes de Santa Cruz ao trabalho e à livre movimentação.

O governo, sempre disposto a dialogar, instalou mesas técnicas sobre o Censo, porém, como era de se esperar, os representantes de Santa Cruz abandonaram as negociações e a troca de ideias.

Agora, em nova manobra, a oposição quis mostrar como se tivesse sido um sequestro a detenção de Camacho, no final de dezembro, por seu envolvimento no golpe de Estado contra Morales faz três anos atrás e que levara à proclamação ilegal de Jeanine Añez presidente do país.

Soube-se que Camacho lucrou com o golpe, pois colocou vários amigos na direção de alguns ministérios no governo golpista.

O presidente boliviano exortou a preservar a paz e a estabilidade, e evitar ações anticonstitucionais como o golpe de 2019, que provocou os massacres de Senkata e Sacaba, com 37 pessoas assassinadas, mais de 1.000 feridos e centenas de inocentes perseguidos e encarcerados.

Porém, a direita não afrouxa nas suas ações contra governos constitucionais, contra a democracia na América Latina. É bom não perder de vista seu longo histórico de participação e apoio aos golpes e às ditaduras militares.



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