Equatorianos castigam Lasso

Editado por Irene Fait
2023-02-07 18:08:18

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Por Maria Josefina Arce

Guillermo Lasso fez mal as contas. Os resultados preliminares das eleições regionais e da consulta popular que tinha promovido, realizadas no domingo passado, no Equador, são desde já um duro golpe para o governo que preside, quando mal conta com 15% de aprovação.

As informações fornecidas pelo Conselho Nacional Eleitoral revelam que os candidatos da opositora Revolução Cidadã, do ex-presidente Rafael Correia, conseguiram relevantes vitórias nas eleições, que contaram com mais de 80% de participação.

Os candidatos da Revolução Cidadã a prefeitos ganharam em Quito, a capital, e Guayaquil, as duas cidades mais importantes do país. Ficaram, também, com a prefeitura de Guayas, tradicionalmente em mãos da direita. E estão vencendo noutras cidades.

As eleições não estiveram isentas de violência, que reina nessa nação faz muito meses; ressaltamos as chacinas nas prisões, uma das grandes preocupações da população.

Durante a campanha, algumas horas antes que abrissem as mesas eleitorais, foram assassinados dois candidatos do partido de Correa às prefeituras de Salinas e Puerto López.

Com mais de 50% dos votos o NÂO é tendência nas oito perguntas do referendo, cuja convocação tinha sido rejeitada por boa parte da população por considerá-lo desnecessário, porquanto não resolve os problemas, como, por exemplo, a insegurança.

O analista político Mauro Andino, citado pela agência de notícias Prensa Latina, comentou que Lasso propôs um monte mentiras e embustes com o referendo, disfarçados de segurança.

Organizações sociais e sindicais já tinham apoiado o voto negativo às oito perguntas. Marcela Arrellano, presidente da Frente Unitária de Trabalhadores, disse que o referendo não surgiu da população, e sim da elite, do governo neoliberal.

Para a cidadania, esse mecanismo promovido por Lasso só pretendia arejar o governo e refrescar a deteriorada imagem do banqueiro presidente.

A verdade é que o banqueiro não levou em consideração as necessidades urgentes e objetivas dos equatorianos, como o emprego, o acesso à previdência social, saúde e educação. Tais direitos eram violados desde o governo anterior, presidido por Lenin Moreno; nunca foram garantidos pelo governo de Lasso.

As eleições de domingo passado modificaram o panorama político do Equador pelo menos para os próximos dois anos, e reafirmaram o descontentamento da cidadania, que castigou com seu voto o governo de Lasso.

 



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