Equatorianos exigem mais atenção à educação

Editado por Irene Fait
2023-03-29 18:36:25

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Foto tomada de Juventud Rebelde

Por Maria Josefina Arce

Os educadores do Equador exigem não só que o presidente Guillermo Lasso seja afastado, mas também querem a destituição da ministra de Educação, Maria Brown, por descumprir suas funções e não garantir a segurança nas escolas.

Nos últimos dias, os professores saíram às ruas para defender a educação no país andino, que está atravessando uma situação difícil, agravada por dois anos de pandemia da Covid-19 e a falta de vontade política do governo presidido por Lasso, que aplicou cortes nas verbas destinadas a essa área.

Os manifestantes rejeitaram o regulamento imposto pelo executivo para aplicar a Lei Orgânica de Educação Intercultural, a qual, denunciaram, promove a privatização do ensino e, portanto, impedirá que mais crianças e jovens tenham acesso às classes.

Igualmente, assinalaram que essa lei gera sobrecarga de trabalho para os professores e não garante o orçamento necessário para todos os níveis de educação.

Os protestos também ressaltaram a ausência de políticas públicas contra a insegurança e a violência, tanto dentro quanto fora das escolas. O Equador está mergulhado em onda de assassinatos, sequestros, extorsões e massacres nas prisões, há muitos meses.

No ano passado, se relataram quase cinco mil homicídios, sendo a média de 10,4 casos diários. E segundo informações oficiais, de 1º de janeiro a 20 de março houve, no país, 1.356 mortes violentas. A média de casos é de 17,4 cada dia.

As autoridades afirmam que a onda de violência tem a ver com conflitos entre gangues, porém a violência também matou pessoas que não tinham nenhuma relação com o mundo da delinquência.

A verdade é que as escolas já não são seguras. Na cidade de Guayaquil, uma das mais violentas, 10 escolas foram obrigadas a passar às aulas virtuais, no final do ano passado.

A isto se soma que menores e adolescentes, que voltaram ao sistema escolar, são recrutados por quadrilhas. Após a pandemia da Covid-19, aumentou a deserção escolar, mais de 195 mil estudantes não continuaram frequentando os colégios.

A difícil situação econômica gerada pela emergência sanitária mundial e a falta de ações do governo conduziram muitas famílias à pobreza, uma situação que os malfeitores aproveitam para envolver meninos e adolescentes, que veem nesses bandos a possibilidade de ganhar dinheiro para ajudar suas famílias.

Os equatorianos exigem a implementação de políticas governamentais em benefício da sociedade, porque o país defronta sérios problemas nas áreas de saúde e educação, o desemprego ameaça todos e a pobreza aumenta.



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