Racismo, um problema sistêmico nos EUA

Editado por Irene Fait
2023-08-28 10:15:39

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Por Maria Josefina Arce

Em 28 de agosto de 1963 ocorreu em Washington, Estados Unidos, uma das maiores e a mais importante mobilização pela justiça e a igualdade social.

"Os Estados Unidos falharam em sua promessa aos cidadãos de cor", disse o ativista dos direitos civis Martin Luther King em seu memorável discurso "I Have a Dream" (Eu tenho um sonho) para mais de 250.000 pessoas, naquele dia.

Hoje, o racismo, a brutalidade da polícia, a pobreza e a desigualdade continuam sendo dura realidade para a população afro-norte-americana cujos direitos básicos são vulnerados todos os dias.

Infelizmente, o ódio racial faz parte da sociedade. Nos últimos dias, um sujeito, que em diferentes escritos tinha expressado seu ódio contra os negros, matou a tiros três pessoas dessa raça numa loja em Jacksonville, Flórida. O acontecido se soma a uma longa lista de crimes desse tipo.

Os cidadãos afro-norte-americanos são suspeitos habituais, interrogados e presos pela polícia nas ruas em proporção muito mais elevada comparado com os brancos.

Da mesma forma, têm sido alvo de uso desmedido da força por parte da polícia, que, em muitas ocasiões, lhes provocou a morte. Recordemos o assassinato, em 2020, de George Floyd, que desencadeou os maiores protestos nos EUA, nas últimas décadas. Porém, em apenas três anos houve mais casos.

A pandemia da Covid-19 aumentou a desigualdade. Segundo analistas, esse segmento populacional vai demorar mais em se recuperar do impacto econômico e sanitário da doença.

Esporádica e desigual tem sido a recuperação da maioria das pessoas de raça negra. Acesso limitado à atenção médica, insegurança alimentar e habitacional e retrocessos na educação incidem no lento restabelecimento.

Diversos estudos relatam que em 2021, nos EUA, 19,5% da população afro-norte-americana viviam debaixo do nível de pobreza.

Outras informações confirmam o racismo reinante. O número de negros presos é o triplo dos brancos, e a taxa de encarceramento de mulheres negras é 1,7% mais alto do que das mulheres brancas.

Igualmente, em 2020, perto de 39% desse segmento da sociedade carecia de moradia.

Infelizmente, o sonho de Martin Luther King não se realizou. O racismo é um problema sistêmico nos Estados Unidos, que, por incrível que pareça, ratificou em 1994 a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial.

 

 



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