Planos para boicotar presidência de Arévalo

Editado por Irene Fait
2023-08-30 17:20:56

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Bernardo Arévalo y Karim Herrera.

Por Maria Josefina Arce

O panorama é confuso na Guatemala dez dias depois do segundo turno das eleições presidenciais. A direita está ameaçando o novo governo de Bernardo Arévalo que deve assumir em janeiro de 2024. Vale lembrar que o presidente eleito ganhou folgadamente nas urnas em 20 de agosto passado.

Há poucas horas, o Tribunal Supremo Eleitoral certificou a inquestionável vitória de Arévalo com vantagem de 21% sobre sua rival da direitista Unidade Nacional da Esperança, Sandra Torres.

A ex-primeira dama ainda não reconheceu a esmagadora vitória de Arévalo e fala de uma suposta fraude no dia das eleições. Vale recordar que Torres acumula três derrotas consecutivas em eleições gerais.

Acontece que junto com a certificação da vitória de Arévalo, as autoridades eleitorais suspenderam provisoriamente o Movimento Semilla (Semente), o partido do presidente eleito.

Arévalo anunciou ações legais para reverter a medida contra seu partido político.

Para os analistas, a suspensão tem por objetivo evitar que os deputados de Semilla tomem posse na próxima legislatura. Assim, o novo presidente ficaria sem bancada parlamentar e se enfrentaria a um Congresso totalmente adverso, que lhe faria mais difícil governar.

A perseguição política contra Semilla é óbvia. Tentaram inclusive inabilitá-lo antes do segundo turno, quando Arévalo passou para a surpresa de muitos.

Um mês antes do segundo turno, a Procuradoria invadiu a sede do Movimento no centro histórico da Cidade da Guatemala.

No meio de tudo, denunciaram também planos para assassinar o presidente eleito, o que obrigou a reforçar as medidas de segurança para protegê-lo e também sua companheira de chapa Karim Herrera.

As eleições gerais deste ano foram as mais polêmicas na história da Guatemala devido à intromissão do poder judicial.

A vitória categórica de Arévalo deixou claro que os guatemaltecos rejeitam a corrupção e a impunidade reinante no país e querem mudanças. Todavia, a direita tenta barrar um governo que não vai apoiar os seus interesses.



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