Em busca de uma nova arquitetura financeira internacional

Editado por Irene Fait
2023-09-14 17:55:50

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Por Roberto Morejón

Em um mundo em que governos, organizações, blocos e povos pedem acabar com as fragilidades de uma economia atrelada ao dólar, fala-se na criação de uma Nova Arquitetura Financeira Internacional.

Trata-se de um conceito, estratégia ou política, dependendo do ponto de vista de cada um, em busca da estabilidade financeira no planeta, com o objetivo de conter crises cíclicas, sejam elas nacionais ou regionais, e evitar o uso do dólar, uma arma de sanções recorrentes.

A China, com sua Iniciativa do Cinturão Econômico da Rota da Seda para cooperação, defende uma nova arquitetura financeira global, coincidindo com a mudança do centro do sistema internacional dos Estados Unidos para o Pacífico na Ásia.

Com o crescente uso do yuan em transações bilaterais, mesmo fora da China, esse país está brigando pela desdolarização geral, uma aspiração que está sendo discutida em fóruns de todos os tipos.

Com iniciativas de investimento interno e externo, que Pequim multiplicou nos quatro cantos do mundo, estão sendo tomadas medidas significativas para questionar a globalização neoliberal, que hoje é muito difícil de defender.

Mas, além da China, outros blocos e grupos cada vez mais influentes na geopolítica e na economia mundial também estão falando em esquivar a moeda norte-americana, a arma de coerção de Washington.

A iniciativa do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), agora ampliado para um total de 11 membros de indiscutível importância, e a criação do Novo Banco de Desenvolvimento articulam planos que vão além das economias emergentes.

O banco financia projetos de investimento no BRICS e em outros países, inclusive nas moedas dos membros, e, de acordo com sua presidente, Dilma Rousseff, está a serviço dos povos do sul global.

Do BRICS emanam posições a favor do multilateralismo e até mesmo uma moeda separada para o comércio.

No Movimento dos Não Alinhados, no Grupo dos 77 e em outras esferas, há apelos crescentes para que se delineie com urgência uma nova arquitetura financeira internacional para, entre outras coisas, implementar os compromissos de desenvolvimento sustentável inerentes à Agenda 2030.

Pouco a pouco, um novo esquema econômico está tomando forma, cujo caminho não será fácil porque aqueles que hoje se beneficiam da dolarização e do unilateralismo erguerão barreiras aos novos ventos.



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