Noite Feliz?

Editado por Irene Fait
2023-12-26 17:08:32

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Belém cancela Festa de Natal

Por Guillermo Alvarado

Nada reflete melhor a tragédia que assola a população da Faixa de Gaza do que o fato de que milhões de pessoas no mundo comemoraram o Natal, sem saber que em Belém, onde nasceu Jesus Cristo segundo a tradição, as autoridades religiosas cancelaram todas as festas natalinas.

Não houve noite de Natal no berço do cristianismo em sinal de luto pelas mais de 21.000 crianças, mulheres e homens inocentes que foram assassinados por Israel durante bombardeios brutais contra a população de Gaza e em recentes ataques terrestres.

A "noite feliz" mencionada nos cantos tradicionais de Natal foi de terror para os mais de 1,5 milhão de palestinos que continuam sem assistência médica, cujas casas estão reduzidas a escombros e que sobrevivem sob a ameaça da fome.

Em 25 de dezembro, o primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu visitou Gaza. Não foi lá para distribuir presentes às crianças, mas para anunciar que os ataques israelenses continuarão e se intensificarão nos próximos dias; e isso que ele chama de guerra e que, em verdade, é um genocídio, será longa e está longe de terminar.

Razões suficientes para que as ruas de Belém, localizada no território palestino da Cisjordânia, a cerca de nove quilômetros de Jerusalém, estivessem vazias neste Natal e ninguém atendesse ao chamado dos sinos da basílica construída na gruta onde Jesus teria nascido.

"Não podemos comemorar quando muitos de nós estamos tristes e assustados com o que está acontecendo em Gaza", disseram os sacerdotes em Belém, que também padece os efeitos de um feroz bloqueio imposto pelos ocupantes sionistas.

Eles pediram que o mundo abrisse os olhos e os corações para compreender a magnitude do drama e apoiasse o povo palestino, não apenas com orações ou ajuda, mas com ações concretas para alcançar um cessar-fogo e restaurar a paz precária na Faixa de Gaza.

Infelizmente, esse mundo continua ausente, com apenas tímidas expressões de repúdio à brutalidade israelense. Faltam as grandes manifestações nas ruas das principais cidades ocidentais para forçar seus governos a desrespeitar as ordens dos EUA.

Na mais recente reunião do dócil Conselho de Segurança da ONU, os membros desse órgão elaboraram uma resolução tímida pedindo ajuda humanitária para os palestinos, mas sem exigir o fim dos ataques de Tel Avive, porque foi isso que o chefe da Casa Branca ordenou.



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