Ações do governo do Brasil em favor do povo Yanomami

Editado por Irene Fait
2024-04-09 11:46:27

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Foto: G1-Globo

Por María Josefina Arce

As imagens percorreram o mundo no ano passado e chocaram a sociedade brasileira e a comunidade internacional. O povo Yanomami estava morrendo lentamente. A grave situação alimentar e de saúde já havia causado inúmeras mortes, especialmente entre as crianças do maior grupo étnico indígena do Brasil.

Cerca de 600 crianças com menos de cinco anos morreram de causas evitáveis nos quatro anos de mandato do ultradireitista Jair Bolsonaro, que abandonou a comunidade à própria sorte e incentivou o garimpo ilegal que levou a uma tragédia humanitária.

Os Yanomami travaram uma batalha feroz por sua sobrevivência. Os garimpeiros ilegais não apenas mataram membros dos Yanomami, mas sua atividade destruiu parte de seu território e poluiu os rios com mercúrio.

E ainda estão frescas na memória de muitas pessoas as imagens que mostraram ao mundo o genocídio cometido contra esse povo. Um estudo mostrou que quase 99% dos habitantes de nove aldeias Yanomami na Amazônia brasileira têm altos níveis de contaminação por mercúrio.

Desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz, a pesquisa revelou que 84% das amostras apresentaram níveis de contaminação por esse metal tóxico acima de 2 microgramas, o dobro do índice considerado crítico pela Organização Mundial da Saúde.

O estudo, cujos resultados foram divulgados nos últimos dias, constatou que a maior taxa de contaminação por mercúrio foi encontrada nas aldeias mais próximas às áreas do garimpo ilegal.

A situação precária dessa comunidade indígena, que se estende pelos estados brasileiros de Roraima e Amazonas, provocou uma resposta imediata do governo de Luiz Inácio Lula da Silva logo após sua posse.

As autoridades abriram uma investigação de genocídio, enviaram alimentos e equipes de saúde e empreenderam a expulsão de cerca de 20.000 garimpeiros ilegais.

Um ano depois, a situação no território Yanomami continuava complexa. Em janeiro, o governo anunciou um orçamento excepcional de cerca de US$ 240 milhões para a proteção dessa comunidade, que será permanente.

Um mês depois, foi criada em Roraima a Casa de Governo, órgão federal cujo objetivo é coordenar as ações de enfrentamento da crise e que inclui, entre outras coisas, a construção de um hospital indígena em Boa Vista para atendimento especializado de média e alta complexidade.

O presidente brasileiro deixou claro que a questão indígena e os problemas do povo Yanomami são uma questão de Estado. As ações tomadas nos últimos meses pelo governo que preside dão fé disso.



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