A urgência de conter as mudanças climáticas

Editado por Irene Fait
2024-05-14 17:00:00

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SOS Mundo

Por María Josefina Arce

As enchentes causadas pelas fortes chuvas no sul do Brasil, que deixaram mais de 140 pessoas mortas, a crise energética em vários países da América Latina devido à baixa pluviosidade e as altas temperaturas em outros trouxeram a mudança climática de volta à tona.

Embora ainda haja muitos que, por razões econômicas, minimizam esse fenômeno, o fato é que os eventos climáticos estão se tornando cada vez mais frequentes e ganham força, causando inúmeras perdas humanas e danos materiais consideráveis.

A Organização Meteorológica Mundial afirma em seu último relatório que o fenômeno El Niño e as mudanças climáticas causaram um número recorde de eventos climáticos na região em 2023.

No ano passado, de acordo com a organização, foram registrados 67 episódios de desastres, desde tempestades, inundações, passando por secas que levaram a incêndios florestais, e até a redução do nível de água no Canal do Panamá.

O ano 2024 também apresenta sérios desafios. Os especialistas prognosticam uma temporada de furacões ativa em toda a bacia do Oceano Atlântico, começando em 1º de junho e terminando em 30 de novembro.

Estima-se a formação de 20 tempestades tropicais, das quais onze podem se transformar em furacões. Dessas, quatro podem se desenvolver no Mar do Caribe e duas no Golfo do México.

Sem dúvida, o mundo está enfrentando uma crise climática que afeta a saúde de milhões de pessoas. Já observamos um aumento nos casos de dengue na América do Sul devido às altas temperaturas, além das enchentes das últimas semanas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.

Como se não bastasse, a segurança alimentar global, o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza estão em risco. Em 2022, entre 691 e 783 milhões de pessoas no planeta passaram fome, e uma das causas é a mudança climática.

Já foi reiterado mais de uma vez que os compromissos assumidos em reuniões internacionais não podem ficar no papel. O Norte industrializado, o maior emissor de gases de efeito estufa que levam ao aquecimento global, deve levar a sério sua responsabilidade e cooperar com as nações em desenvolvimento para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e ajudar na transição energética.

O tempo passa e o mundo está à beira de uma catástrofe climática. Os especialistas destacam que temos os conhecimentos, a tecnologia e os recursos, mas não há suficiente vontade política, nem solidariedade, para deter a situação atual.



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