Agenda 230

Por María Josefina Arce

Nos últimos anos, o mundo estagnou na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em muitos dos quais sofreu um retrocesso colocando em risco metas essenciais relacionadas à fome, à pobreza e ao clima.

Uma nova edição do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, a plataforma central da ONU para o acompanhamento e a revisão da Agenda 2030, está sendo realizada em Nova York em meio a este panorama.

"Não devemos desistir de nossas promessas: acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém para trás", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.

No entanto, o último relatório sobre o estado dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável mostra quanto progresso ainda precisa ser feito no caminho para a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Nos últimos três anos, mais 165 milhões de pessoas caíram abaixo da linha da pobreza, pois o mundo ficou paralisado pela COVID 19 e por conflitos armados.

Hoje, de acordo com organizações internacionais, 700 milhões de cidadãos em todo o mundo vivem em extrema pobreza, uma situação que afeta especialmente as crianças.

O UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, apontou que 300 milhões de crianças vivem atualmente em extrema pobreza, um problema que não é exclusivo dos países em desenvolvimento, porquanto há 69 milhões de crianças vivendo em extrema pobreza em 40 das nações mais ricas.

Também não houve nenhum progresso em questões como paridade de acesso à educação para meninas e oportunidades de emprego e liderança para mulheres.

A reunião atual, que congrega governos, organizações não governamentais, representantes de povos indígenas e outros setores da sociedade, é uma continuação da Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do ano passado e prepara o caminho para a Cúpula do Futuro, que acontecerá em setembro.

É uma nova oportunidade de acelerar as ações para transformar em realidade, nos próximos 6 anos, as metas estampadas na Agenda 2030, adotada em 2015, que coloca a igualdade e a dignidade dos seres humanos no centro das atenções e exige uma mudança no estilo de desenvolvimento.