Em dezembro começará a ser construído na Nicarágua um canal para enlaçar os oceanos Atlântico e Pacífico. A obra terá grande repercussão no desenvolvimento econômico do país centro-americano e benefícios a toda a população.

O projeto, avaliado em 50 bilhões de dólares, foi assumido pela companhia chinesa HKND. Inclui, também, a construção de um aeroporto, estradas, uma zona de livre comércio, complexos turísticos e dois portos, um no litoral do Pacífico e outro no Atlântico.

Antes da aprovação do megaplano, o governo do presidente Daniel Ortega mandou fazer um estudo profundo do impacto socioeconômico e ambiental para evitar prejuízos à natureza e aos habitantes dos arredores do futuro canal. A população foi consultada por diversas vias para esclarecer dúvidas e escutar suas opiniões.

O canal interoceânico nicaraguense vai gerar empregos diretos e indiretos em todos os setores da economia. Isso vai contribuir a acelerar o desenvolvimento econômico e social da Nicarágua, principalmente à erradicação da pobreza, uma das prioridades do governo sandinista.

A política das autoridades se baseia em desenvolver a economia garantindo a inclusão social. Nos últimos sete anos, o índice de pobreza extrema no país baixou de 14 para 8%, e já foi alcançado o objetivo traçado na Cúpula Mundial sobre Alimentação, reconhecido pela FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

A construção do canal interoceânico constitui um respaldo a essas políticas e vai gerar um crescimento do Produto Interno Bruto, facilitando os investimentos na área social. Estima-se que mais de 50 mil pessoas estarão engajadas nas obras, e 200 mil na fase de operações.

O projeto significa um desafio de engenharia e a materialização de um antigo sonho dos nicaraguenses: unir os dois oceanos através do seu território.

(M.J. Arce, 12 de novembro)