Os países ocidentais observam com crescente preocupação o fortalecimento e a expansão do chamado Estado Islâmico por várias das zonas do Oriente Médio. Mas, às vezes, eles esquecem que suas raízes estão nas ruínas deixadas no Iraque pela intervenção militar liderada pelos Estados Unidos.
Historiadores e analistas, como o norte-americano Robert Freeman e o francês Pierre-Jean Luizard, coincidem em que o governo do Sadam Hussein era um garante da estabilidade nessa região, cheia de tensões étnicas e religiosas.
Esse fato e a ineficaz política seguida pelos Estados Unidos geraram as condições ideais para o surgimento do Estado Islâmico. Além disso, as ações do Ocidente estimularam um enfrentamento entre grupos xiitas e sunitas e deu rédea a forças que depois não foi capaz de manter baixo seu controle.
Desta forma se explica que em 2014 o Estado Islâmico se apoderasse de um amplo território com população de maioria sunita, sem encontrar resistência. Logo depois veio a etapa de internacionalização graças, principalmente, a que Ocidente ao invés de aprender a lição, repetiu na Síria e na Líbia os mesmos erros do Iraque.
Segundo Luizard, especialista sobre o Oriente Médio do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França, a questão é que os Estados Unidos e seus aliados subestimaram o poder do Estado Islâmico e seus recursos para aplicar um Islã primitivo nas zonas sob seu controle.
Igualmente temos que acrescentar o uso do terror mediante as execuções individuais ou massivas por métodos cruéis, como decapitar ou queimar viva à vítima dentro de uma gaiola de metal.
Ainda existem muitos pontos sem esclarecer sobre a origem do poder do Estado Islâmico e, a maneira em que obtém suas finanças e armamento. Cabe destacar, que essas armas são de fabricação norte-americana ou de países membros da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Quanto aos ingressos financeiros desse grupo extremista, algum analistas afirmam que provêm da venda no mercado negro do petróleo roubado na Síria, Iraque ou Líbia.
Seja como for, o certo é que o Estado Islâmico está desenvolvendo um amplo movimento belicista que gera preocupação no mundo todo.
(GA – 26 de fevereiro)