Preocupante aumento do neonazismo na Europa

Editado por Juan Leandro
2015-05-06 15:18:58

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Nas vésperas da celebração do Aniversário 70 da derrota do fascismo alemão, analistas e políticos alertam para o preocupante aumento de grupos neonazistas em vários países europeus, onde ocupam cadeiras nos Parlamentos e aumentam a sua influência na população.

Embora após os horrores da Segunda Guerra Mundial os povos do mundo disseram nunca mais para as ideologias fascistas e extremistas, são cada vez mais frequentes os grupos políticos que alimentam esse pensamento, seja abertamente ou de forma dissimulada.

Recentemente, o chefe da Administração Presidencial da Rússia, Sergei Ivanov, advertiu sobre esta ameaça, principalmente nas ex-repúblicas soviéticas do Báltico e na Ucrânia, onde, diz, há bandos que organizam marchas publicamente com símbolos nazistas.

Na Grécia, o grupo Amanhecer Dourado, cujos partidários usam as roupas clássicas dos nacional-socialistas alemães dos anos 30 e promovem o ódio e a violência contra os migrantes, detém atualmente 18 cadeiras no parlamento. Na Noruega o Partido do Progresso alcançou 16 por cento dos votos nas últimas eleições, o que corresponde a 30 deputados.

Fenômenos semelhantes acontecem na Finlândia, Suécia e Dinamarca, onde nos últimos cinco anos esses grupos cresceram em sua capacidade de atrair votos e seguidores. Segundo Sabby Dhalu, secretário da Unidade Contra o Fascismo no Reino Unido, existem na União Europeia outros partidos de extrema direita que não apresentam abertamente sua adesão à ideologia nazista, mas esta persiste no seu pensamento e em sua forma de agir.

Exemplo disso é a Frente Nacional da França. Sua líder, Marine Le Pen, vem desenvolvendo há anos um trabalho forte para “limpar” a imagem da organização, até o extremo de ter que suspender a filiação do fundador e presidente histórico do partido, Jean-Marie Le Pen, o seu pai. A medida foi provocada pelas variadas controvérsias causadas por Le Pen com suas críticas racistas e xenófobas.

Dhalu afirmou que a explicação do auge destas agrupações está nos efeitos negativos da crise financeira dos últimos anos, particularmente no aumento do desemprego e da pobreza. Também têm influência os programas de austeridade aplicados para combater a crise econômica.

A incapacidade das instituições da União Europeia para controlar a situação serve para pregar o nacionalismo extremo e, ao mesmo tempo, culpar os imigrantes pela falta de trabalho.

Sem os matizes da década de 30 do século passado, quando Hitler catalisou as frustrações do povo alemão e assumiu o poder, a situação não deixa de preocupar os políticos sensatos. Eles apelam para as lições da história e assim, evitar contradições políticas, sociais e econômicas que novamente afundam o continente europeu no turbilhão da guerra, com seu custo de dor e sofrimento.

(GA – 6 de maio de 2015)

 

 

 

 



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