Venezuela presidirá Comitê de Descolonização da ONU

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-03-01 09:09:26

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A notícia não teve grande repercussão, mas o fato é que em 2016 a Venezuela presidirá o Comitê de Descolonização da Organização das Nações Unidas, entidade criada em 1961 para ajudar a erradicar esse flagelo que, hoje em dia, padecem muitos povos em todo o planeta.

Ao ser fundada a ONU, havia 80 territórios sob dominação colonial, onde vivia quase um terço da população mundial naquele tempo, isto é, uns 750 milhões de seres humanos.

Hoje em dia, só há 18 territórios, que ainda não conquistaram sua independência e soberania plenas, incluído Porto Rico, submetido a um regime ambíguo de “território livre associado” pelos Estados Unidos, que não é outra coisa senão uma dominação disfarçada.

Em relação com a designação da Venezuela para a presidência, o embaixador da República Bolivariana na ONU, Rafael Ramírez, afirmou que seu país assumirá o desafio do colonialismo com o espírito de Hugo Chávez e do Libertador Simón Bolívar, dois símbolos da independência e da liberdade.

Ramírez recordou que esse flagelo continua vigente, em aberta violação dos princípios de autodeterminação e soberania dos povos e constitui uma mancha na consciência da humanidade.

Em 27 de fevereiro, foi comemorado o 40o aniversário de proclamação da República Árabe Saariana Democrática, cujo anelo de independência ainda não foi cumprido, porque o Marrocos continua ocupando a maior fatia de seu território.

Subjugado pela Espanha durante mais de um século, que chegou a convertê-lo numa província a partir de 1957, o Saara Ocidental acabou sendo controlado pelo Marrocos em 1979, ao renunciar a Mauritânia à porção de que se havia apropriado quando os espanhóis se retiraram dessa região, situada no norte africano, em 1976.

Segundo a Frente Polisário, organização que lidera a luta pela soberania total da República Árabe Saariana, atualmente 84 países reconhecem sua independência.

Em nosso continente, para lá de Porto Rico, outro ponto nevrálgico são as Ilhas Malvinas, um arquipélago que faz parte da Argentina, mas está nas mãos do Reino Unido desde que em 2 de janeiro de 1833 a fragata britânica HMS Clio desembarcou suas tropas nas ilhas e se apossou simplesmente do território.

Em abril de 1982, as forças armadas argentinas iniciaram a reconquista das Malvinas, o que deu lugar a uma guerra em que o Reino Unido fez uso desproporcionado da força e os Estados Unidos traiu a letra e o escasso espírito do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca colocando-se do lado da potência colonial extracontinental e propiciando assim a derrota de um país latino-americano.

A presidência venezuelana do Comitê de Descolonização da ONU insufla novas esperanças aos povos que vivem sob ocupação estrangeira, assim como a todos os que, neste mundo, se esforçam para transformar em realidade os ideais da igualdade plena de direitos e a construção de um novo modelo de convívio internacional, com justiça e solidariedade sem reservas.



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