México: primeiro emissor de emigrantes na América Latina, e segundo no mundo

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-07-05 11:56:48

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México é o primeiro emissor de emigrantes na América Latina e o segundo no mundo, com perto de 12,3 milhões de pessoas que abandonam seu país natal, só ultrapassado pela Índia, de onde partiram uns 15,6 milhões, de acordo com estudo feito pela instituição financeira BBVA Research, que abrange 25 anos.

Ora, se levarmos em conta o número de habitantes de cada uma dessas nações, de maneira proporcional, o México com 127 milhões supera folgadamente a Índia, que tem 1, 295 bilhão de habitantes.

Apesar de todas as dificuldades criadas nos últimos anos, o principal destino dos mexicanos continua sendo os Estados Unidos, que, ao longo dos anos, construiu longos trechos de muros com alta tecnologia para conter o fluxo migratório.

Os controles e a virtual militarização da fronteira obrigam aqueles que tentam realizar a travessia por vias irregulares buscando caminhos cada vez mais difíceis e perigosos. Não existe um registro exato do número dos que morrem na tentativa, geralmente no deserto.

Os Estados Unidos sempre atraiu os agricultores mexicanos e trabalhadores pobres das cidades, mas há dois acontecimentos que aumentaram dramaticamente este movimento migratório. O primeiro deles foi o Tratado de Livre Comércio que começou a vigorar em 1º de janeiro de 1994.

Este pacto prejudicou o México, fez com que sumissem os pequenos e médios produtores rurais e jogou milhões de pessoas na pobreza para favorecer as multinacionais norte-americanas.

O outro foi a desastrada guerra contra o narcotráfico iniciada em 2006, um enfrentamento imposto por Washington, que decidiu utilizar territórios alheios e que outros povos pusessem os mortos para impedir que as drogas entrassem no país, onde existe o maior mercado de consumo no planeta.

Com efeito, México colocou os mortos, mas as gangues cresceram e se multiplicaram.

A pobreza e a insegurança são, hoje em dia, os principais motores que propulsam a emigração para os Estados Unidos, onde a imensa maioria dos que conseguem chegar também não encontra o paraíso prometido.

Lá, estão desempregados ou realizam trabalhos duros em troca de salários mínimos, são discriminados e perseguidos pelas autoridades.

Para além do interesse acadêmico que manifesta BBVA Research, se trata de um drama humano cuja solução não se vislumbra, na medida em que as políticas neoliberais e a influência de Washington se tornam mais fortes nessa nação. Porfírio Díaz antes de se tornar ditador, exclamou: “ pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos”.



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