Cuba denuncia na ONU intensificação do bloqueio norte-americano

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-02-26 07:11:26

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Havana, 25 de fevereiro (RHC).- Cuba denunciou na ONU a intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA desde o início da década de 1960, com forte impacto na vida cotidiana do país.

Falando no segmento de alto nível da 43ª sessão do Conselho da ONU para os Direitos Humanos, indicou que o cerco constitui um ato de genocídio segundo a Convenção de 1948 sobre esse tema, e uma violação flagrante, massiva e sistemática dos direitos humanos do povo. Seu propósito é render pela fome e o desespero os habitantes desta Ilha, afirmou.

Rodríguez mencionou de exemplo o uso de medidas não convencionais para impedir a chegada de combustível a Cuba, prejudicando todos os setores, entre eles a saúde, alimentação e transporte.

O chanceler cubano também falou na Conferência de Desarmamento no marco das sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, e defendeu uma ordem internacional democrática, justa e equitativa que contribua à paz e ao desenvolvimento sustentável. Disse que é imprescindível preservar o multilateralismo e o respeito à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional num cenário global cada vez mais complexo e perigoso.

“Proliferam as guerras de rapina e a corrida armamentista e se intensificam a guerra não convencional, os atos de agressão, as sanções unilaterais, a manipulação e politização dos direitos humanos, e o desrespeito ao direito de livre determinação dos povos”, sublinhou Rodríguez.

Apontou que o desenvolvimento de novos sistemas de armas nucleares, a modernização das forças e estoques existentes, e o crescimento do papel desse armamento nas doutrinas militares dos EUA atentam contra a paz e a segurança internacionais e minam os intentos de desarmamento impulsionados pela ONU.

“Rechaçamos a decisão do governo dos EUA de se retirar do Tratado sobre Mísseis de Alcance Curto e Médio, assinado com a União Soviética em 1987, e do Plano de Ação Integral Conjunto ou Acordo Nuclear com a República Islâmica do Irã”, ressaltou o ministro cubano das Relações Exteriores.

Em seu discurso, reiterou que Cuba apoia a vigência plena da proclamação desta região como zona de paz, aprovada na CELAC – Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, e denunciou a política de ingerência de Washington. Também rejeitou as campanhas norte-americanas contra forças políticas, líderes de esquerda e governos progressistas desta área, e as tentativas de derrubar as autoridades legítimas na Venezuela.

“Trabalhemos sem descanso pelo desarmamento geral e completo, especialmente nuclear. Preservemos as gerações vindouras do flagelo da guerra e conquistemos uma paz duradoura e sustentável para todos”, apontou Bruno Rodríguez.

Por outro lado, no Twitter, o chanceler cubano afirmou que o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba há quase 60 anos constitui uma violação flagrante dos direitos humanos do povo. E denunciou o caráter extraterritorial dessa política, a proibição de viagens de cidadãos norte-americanos, as restrições aos voos de companhias aéreas a esta Ilha, a proibição da entrada de cruzeiros no território cubano e outras medidas que buscam asfixiar a economia do país.



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