![](/articles/cropped/2gZ8-89874779-libre-comercio.jpg)
Tratado de Livre Comércio
Por Guillermo Alvarado
O primeiro episódio da guerra tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra seus vizinhos Canadá e México, aos ameaçou impor uma tarifa extraordinária de 25% sobre suas exportações, terminou, por assim dizer, em um empate.
Na segunda-feira, o magnata do setor imobiliário, hoje presidente dos EUA, conversou com seus colegas do México e Canadá e teve que recuar depois de receber fortes respostas daqueles que também são seus parceiros em um acordo de Livre Comércio.
As intenções furiosas do presidente Trump significavam acabar com o acordo, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1994 e cuja atualização ele mesmo negociou durante seu primeiro mandato para garantir as principais vantagens.
Pode ser que alguém suficientemente sensato tenha sussurrado em seu ouvido que desmanchar o tratado é um péssimo negócio e que a resposta de seus parceiros de aplicar tarifas adicionais aos produtos produzidos nos EUA teria um impacto negativo sobre a economia dos EUA, o caso é que adiou por um mês a aplicação das tarifas anunciadas.
Foram acertadas negociações durante o mês de fevereiro, nas quais tanto o México quanto o Canadá, sem dúvida, apresentarão suas demandas, a fim de harmonizá-las com as propostas da Casa Branca.
Uma das desculpas de Trump para tentar punir seus vizinhos é o tráfico de drogas através das duas fronteiras, uma questão que realmente precisa ser resolvida com urgência devido a seus altos custos humanos, bem como aos desafios que representa para a segurança regional.
O que Washington precisa entender é que nem o Canadá nem o México, nem mesmo os países produtores de drogas, são realmente responsáveis por esse fenômeno, que é causado pelo enorme mercado consumidor, o maior do mundo, nos Estados Unidos.
O próprio presidente, que se gaba de ser um economista experiente, deveria saber que é a procura gera a oferta, e não o contrário. Se o consumo na sociedade americana desaparecer, a produção e o tráfico de drogas desaparecerão.
Todos os governos anteriores insistiram em enquadrar a questão em termos policiais ou militares, o que é um erro crasso, porque se trata de uma questão de saúde pública, prevenção e tratamento de viciados, que quase nunca é discutida. Outra questão é a econômica e o gerenciamento das finanças geradas por esse negócio obscuro, que merece atenção especial.