Em 6 de outubro de 1976, há 40 anos, foi cometido um dos piores crimes em nosso hemisfério, quando terroristas treinados e pagos pela CIA – Central de Inteligência dos EUA – explodiram em voo um avião da linha Cubana de Aviación em frente às costas de Barbados provocando a morte das 73 pessoas que viajavam a bordo, entre passageiros e tripulantes.
Os mentores da brutal ação foram os contra-revolucionários de origem cubana Orlando Bosch Dávila e Luis Posada Carriles, e os autores foram os venezuelanos Freddy Lugo e Hernán Ricardo.
O denominador comum dos quatro sujeitos era o ódio que sentiam pela Revolução Cubana e todos estavam na folha de pagamento da CIA, fato várias vezes comprovado.
As vidas das vítimas, incluída uma equipe de esgrima cubana, foram truncadas de chofre por um ato de violência que, aliás, não foi o primeiro, e sim um elo da cadeia de ódio forjada em solo norte-americano a partir do dia em que triunfou a Revolução Cubana.
Pouco antes, na Jamaica, em 9 de julho desse ano, um potente artefato detonou numa carreta de bagagens que seriam montados num avião que se dirigia a Cuba, mas cuja decolagem foi demorada por razões técnicas. Se tivesse explodido no ar, a tragédia teria sido de grandes proporções.
O mais repulsivo é que a maioria dos autores desses atos terroristas conseguiu esquivar a justiça e, como Posada Carriles e Bosch Dávila, encontraram refúgio seguro nos Estados Unidos, um país que viola suas próprias leis para lhes oferecer proteção.
O histórico criminal de Posada Carriles é extenso e sua presença deixou muito sangue esparramado em países como Guatemala, Honduras, El Salvador e Panamá. Neste último, só a ação dos órgãos de segurança cubanos impediu que em 2000 se cometesse um novo massacre, quando planejava colocar uma bomba na universidade, durante um discurso do líder da Revolução cubana Fidel Castro.
Anistiado pela ex-presidente Mireya Moscoso a pedido da embaixada dos Estados Unidos, Posada Carriles voltou a seu covil predileto: Miami, onde vive sem ser incomodado, o que chama poderosamente a atenção, porque em nome da luta contra o terrorismo, o governo norte-americano devastou nações inteiras, mas protege este, contra quem existem provas incontestáveis.
Assim denunciou Fidel Castro, durante os funerais das vítimas de Barbados, quando asseverou “Os autores desses crimes se movimentam livremente em qualquer lugar; contam com dinheiro inesgotável; utilizam passaportes dos Estados Unidos como cidadãos naturalizados desse país ou documentos verdadeiros ou falsos de outros numerosos países, e empregam os meios mais sofisticados de terror e crime”.
O atentado terrorista de Barbados permanece vivo na memória dos que amam a vida e a liberdade e, a cada 6 de outubro, se multiplicam as vozes que exigem castigo aos assassinos, aos que os treinaram e lhes deram abrigo, porque a história, mesmo que não seja do agrado do senhor Barack Obama, não poderá ser suprimida.
(7 de outubro)