Faltando apenas alguns dias para as eleições presidenciais e legislativas nos Estados Unidos, a campanha eleitoral está na reta final, caracterizada por numerosas singularidades, das quais vale destacar que, pela primeira vez na história desse país, uma mulher tem a oportunidade de ocupar a Casa Branca durante os próximos anos.
Hillary Clinton, do partido Democrata, parece ter superado todos os obstáculos, ajudada pelo caráter contraditório e às vezes grosseiro de seu rival, o magnata Donald Trump, candidato do partido Republicano.
Sem dúvida, Clinton tem mais experiência e conhecimentos políticos depois de ter sido Primeira Dama, e mais tarde, secretária de Estado durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama.
Trump, um empresário imobiliário e do mundo dos shows, transformou justamente nisto o evento eleitoral, que acena com uma severa derrota para o partido que, contra todos os prognósticos, indicou-o candidato presidencial.
Se nos próximos dias não acontecer nada fora do comum, uma mulher governará os destinos da principal potência econômica e militar no mundo, hoje em dia. Para bem ou para mal, o destino dessa potência está ligada ao resto de nossa espécie pela influência que exerce essa nação sobre o mundo.
Do ponto de vista financeiro, a contenda também mostrou algumas irregularidades num país onde o dinheiro é um dos principais fatores no âmbito da política, acima dos projetos ou programas de trabalho.
Como vem acontecendo todos os anos, esta campanha será mais cara que a anterior, com um custo global calculado em 6,6 bilhões de dólares, um número exorbitante mesmo para a potência em questão.
Curiosamente, é a segunda vez consecutiva que a maior fatia desse dinheiro, uns 4 bilhões de dólares, foi destinada à publicidade a outros tipos de suportes aos candidatos do Congresso e não às votações presidenciais.
Para a equipe de Clinton, o trabalho se manteve dentro dos moldes habituais e arrecadou até o mês de setembro uns 911 milhões de dólares. Porém, no campo de Trump, que foi sabotado pelos grandes financiadores do Partido Republicano, só conseguiram juntar 169 milhões, dos quais quase um quarto, ou seja, 56 milhões, saíram de seu próprio bolso.
Isto pode significar que os republicanos faz tempo deram por perdida a presidência e preferiram garantir a maioria que desfrutam no Senado e na Câmara de Representantes.
Como estão as coisas, os resultados nas legislativas podem ser a única surpresa nestas eleições.
(2 de novembro)