A sociedade norte-americana se pergunta, entre outras coisas, o que acontecerá com os imigrantes a partir de 20 de janeiro de 2017, quando Donald Trump assumir a presidência. Durante sua campanha eleitoral, como se sabe, Trump ameaçou construir um muro na fronteira com o México e deportar 11 milhões de indocumentados. Aliás, este número foi reduzido a dois ou três milhões nos últimos dias.
A verdade é que o programa migratória anunciado pelo magnata inspira incerteza e temor. É que a eleição de Trump, para muitos, envalentonou grupos extremistas racistas, incluído o Ku Klux Klan, e grupos neonazistas que festejaram a vitória do presidente eleito como se fosse um deles.
Segundo o jornal La Jornada, desde oito de novembro passado foram recebidas em diferentes instância mais de 400 queixas de intimidação e ameaças contra minorias. Já o FBI – Bureau Federal de Investigações – afirmou que durante a campanha eleitoral dispararam em 67 por cento os crimes de ódio contra muçulmanos e em 7 por cento todos os crimes de ódio.
Ante esse panorama nada alentador, muitos se uniram para enfrentar o caos que esta política migratória pode causar. Pelo país todo se escutam vozes que convocam a transformar universidades e igrejas em santuários que ofereçam proteção aos imigrantes.
Além do temor que se sente em qualquer lugar, surgem outras perguntas. O que vai acontecer com a economia norte-americana se forem deportados todos os indocumentados. Parece que Trump se esqueceu de que eles contribuem para o crescimento do país e, na maioria das vezes, assumem trabalhos que não querem fazer os norte-americanos brancos.
Pois bem, de acordo com American Action Fórum, em 2014 os imigrantes ilegais representavam 6,4 por cento da força de trabalho e a deportação de todos esses trabalhadores poderia gerar queda da economia norte-americana em seis porcento.
De resto, a expulsão de mais de onze milhões de imigrantes é uma tarefa bastante complicada e cara. Calcula-se que este processo, que poderia durar uns 20 anos, custaria uns 114 bilhões de dólares aos contribuintes norte-americanos, em média 10. 070 dólares para cada pessoa.
O montante inclui o custo de encontrar cada um dos indocumentados em todo o país, de sua detenção enquanto espera a deportação, do julgamento na corte de imigração e seu transporte para o exterior.
Incerto é o futuro dos imigrantes, que estiveram esperando durante os oito anos do mandato de Barack Obama a reforma migratória que tinha prometido durante sua campanha e que sempre deparou com forte oposição no Congresso.
Agora, com um órgão legislativo dominado pelos republicanos e a chegada de um novo presidente com marcante tendência xenófoba, o temor e a incerteza vão crescendo.
Contudo, devemos esperar para ver o que se passa, porque embora muitos se sintam encorajados pelas posições de Trump, não é menos certo que há outros que manifestaram seu descontentamento, inclusive os prefeitos de várias cidades que prometeram defender suas comunidades de imigrantes.