No começo dos anos 70, o governo do presidente Salvador Allende levou à prática no Chile uma experiência promissora para esse povo e a América Latina. Aquele processo contou com a solidariedade dos cubanos e especialmente do líder histórico da Revolução, Fidel Castro.
Allende assumiu o cargo em três de novembro de 1970. Logo iniciou seus esforços para introduzir mudanças no país e promulgou a lei de nacionalização do setor do cobre, entre outras medidas. Isso numa nação onde os políticos conservadores tinham o predomínio e correntes fascistas germinavam nas forças armadas.
Esses foram os adversários de Allende e do seu governo da Unidade Popular, derrubado por um golpe militar sangrento em 11 de setembro de 1973. A ação teve o respaldo aberto dos EUA.
Allende e Fidel Castro foram grandes amigos. O político chileno esteve várias vezes em Havana, e o líder cubano viajou ao Chile em novembro de 1971. Naquela ocasião, percorreu várias localidades da nação sul-americana e conversou com operários, camponeses, estudantes e a população em geral. Conheceu detalhes da produção de minérios e ratificou em seus discursos a solidariedade ao processo encabeçado por Allende.
Tempos depois, foi revelado um plano de CIA, Agência Central de Inteligência dos EUA, para assassiná-lo em Santiago, a capital, durante essa visita. Os agentes, de origem cubana, tinham colocado uma arma dentro de uma câmara de televisão, mas na hora “H” tiveram medo e não cumpriram as ordens.
O governo da Unidade Popular sofreu uma longa campanha de ataques na mídia e de ações subversivas promovidas pela direita com apoio externo. Então veio o golpe, liderado pelo general Augusto Pinochet, que instaurou uma longa e cruel ditadura.
Diante dessa situação, Cuba prestou sua solidariedade imediata ao povo chileno e recebeu centenas de pessoas que buscavam refúgio seguro para escapar das torturas e assassinatos do regime militar.
Anos depois, em novembro de 1996, Fidel Castro voltou ao Chile para assistir à 6ª Cúpula Ibero-americana. No ano anterior, os dois países tinham restabelecido as relações diplomáticas em nível de embaixadores.
Os laços entre Fidel e Allende, e entre os dois povos, sempre estiveram baseados numa visão integradora, como almejaram os próceres da Nossa América.
(R. Morejón, 1º de dezembro)