A Organização das Nações Unidas divulgou informação na que reitera a vulnerabilidade e o prejuízo que gera nas comunidades palestinas a política israelense de construir colônias nos territórios ocupados da Cisjordânia, uma prática condenada recentemente no Conselho de Segurança.
O documento do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU explica que o estabelecimento e a expansão dos assentamentos, que violam o direito internacional, privam as famílias palestinas de suas propriedades e meios de vida, restringem o acesso a serviços indispensáveis e aumentam a necessidade de assistência externa.
Em 1967, o Estado de Israel começou a construir colônias em territórios ocupados ao Egito, Jordânia e Síria durante a denominada Guerra dos Seis Dias, se bem que, alguns anos depois da assinatura dos acordos de Camp David em 1978 retirou-se da vários desses lugares e, em 2005, abandonou outros.
Não obstante, permanecem e se espalham as colônias erguidas em três regiões: Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã.
Na Cisjordânia, esta política ilegal permitiu ao regime sionista se apoderar, aos poucos, de uma porção do território que era administrado pela Autoridade Nacional Palestina, ao mesmo tempo, estabeleceu quase 100 pontos de controle e barra a passagem pelas vias de comunicação em mais de 500 lugares.
Apesar da existência de várias resoluções da ONU e tratados internacionais que proíbem a construção dos mencionados assentamentos, só em 2013 as obras aumentaram em 123,7 por cento comparado com o ano anterior, conforme dados do Escritório Central de Estatísticas de Israel.
As artimanhas jurídicas para dar cobertura legal a esta prática são numerosas e vão desde a inscrição de solos como “terras estatais”, as declarações de “propriedades abandonadas”, as apreensões por supostas “necessidades militares”, até a simples expulsão de famílias palestinas e a usurpação de suas propriedades por colonos, sob a proteção das forças de segurança sionistas.
Em 23 de dezembro passado o Conselho de Segurança da ONU emitiu uma histórica resolução que condena a colonização israelense e a ocupação de territórios palestinos à força.
A resolução foi aprovada por 14 membros do Conselho, e os Estados Unidos, pela primeira vez, não usou o antidemocrático recurso do voto e se absteve na votação.
O documento reflete o clamor da comunidade internacional de que os assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental são ilegais e constituem a principal barreira para a solução pacífica deste conflito, que passa pelo reconhecimento de dois Estados independentes e soberanos: Israel e Palestina, que vivam dentro das fronteiras que existiam antes de 1967.
Qualquer outra iniciativa só serviria para prolongar um conflito que provocou a morte de dezenas de milhares de vidas, a maioria civis inocentes palestinos, Uma mancha na consciência de toda nossa espécie.