Em 2016 foram numerosas as tensões econômicas, políticas, sociais e de segurança, mesmo assim as adversidades não impediram que o turismo, a chamada indústria do lazer, estabelecesse novo recorde em número de visitantes no mundo. Sem dúvida, é uma boa nova para muitos países receptores.
Taleb Rifai, secretário geral da Organização Mundial do Turismo – OMT – informou em Madri que em 2016 se registraram um bilhão 235 milhões de chegadas de turistas em todo o mundo, o que representa um crescimento de 3,9 por cento comparado com 2015.
Isto é importante, levando em conta os numerosos desafios que esta atividade foi obrigada a enfrentar, principalmente no que diz respeito à segurança, após os atentados terroristas que abalaram países emblemáticos para o turismo, vários deles da União Europeia.
A França, um dos países prediletos dos turistas, sofreu em 2015 e 2016 ataques que impactaram negativamente no número de visitantes. Só em Paris, se calcula que o número de turistas baixou em 1,3 milhão no ano passado.
Organizações extremistas, como o denominado Estado Islâmico, representam uma ameaça para a indústria sem chaminés, porquanto entre os alvos de seus ataques aparecem estabelecimentos sensíveis: hotéis, aeroportos, centros de recreação ou museus.
“O terrorismo é uma ameaça mundial e precisa de uma resposta mundial”, disse Rifai e comentou que o turismo também sofre as consequências.
O setor também foi atingido por outros inconvenientes, entre eles as perturbações econômicas que afetaram países exportadores de matérias-primas, especialmente os recursos energéticos, e inclusive a saída do Reino Unido da União Europeia.
Por regiões, Ásia e Pacífico lideraram o crescimento após uma leve queda sofrida há três anos. As chegadas de visitantes a essa porção do planeta ultrapassaram os 300 milhões.
África exibe leve crescimento: recebeu 58 milhões de visitantes, ainda que a distribuição é desigual e prevalece o impacto negativo devido aos conflitos sociais e armados que existem em alguns lugares desse continente.
Com relação à América, a OMT ressalta o que denomina “a história do êxito” de Cuba, que alcançou os quatro milhões de turistas. E também se congratulou pelos acordos de paz na Colômbia, que trarão resultados positivos a esta atividade.
Em nossa região, o México afirmou que pretende diversificar seu mercado turístico diante das incertezas que gera o governo nos Estados Unidos, comandado por Donald Trump a partir desta sexta-feira, e que vem hostilizando esse país.
Para além da importância econômica, o turismo é uma via para conhecer diferentes países e povos do mundo, para a difusão da enorme riqueza e diversidade cultural de nossa espécie e o fortalecimento dos laços de irmandade, solidariedade e amizade, bens muito escassos neste mundo, hoje em dia.