O Programa de Agricultura Urbana e Suburbana que se implementa em Cuba é essencial na estratégia do governo para elevar a produção de alimentos e garantir assim a segurança alimentar de toda a população.
Recordemos que Cuba é uma das nações latino-americanas e caribenhas que cumpriu a meta do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio sobre a redução da fome.
Esta iniciativa, que leva em conta que a maioria da população vive nas cidades e povoados, busca utilizar qualquer espaço disponível para aproximar a produção dos consumidores.
Além disso, em sua implementação se levou em consideração que existem numerosos espaços vazios ou subutilizados nas cidades e periferias que podem ser usados para produzir alimentos, assim como a abundante força de trabalho disponível nas cidades.
Este programa teve grande impacto social, porque criou numerosos postos de trabalho. A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, ressaltou que essa estratégia possibilitou que mais de 400 mil pessoas aderissem à atividade agrícola em hortas e parcelas das cidades e dos povoados, o que lhes permitiu obter alimentos frescos.
No começo, só se produziam verduras e frutas, porquanto era difícil transportá-las a longas distâncias, principalmente por causa das elevadas temperaturas e a umidade.
Mas a produção se expandiu e, hoje em dia, abrange 30 subprogramas: árvores frutíferas, bananas, madeiras, café e cacau, flores, ervas medicinais, apicultura, sementes, capacitação, avícola e aquicultura.
O programa permite não só satisfazer o consumo familiar, mas também permite fornecer alimentos aos hospitais, creches, casas dos avôs e estabelecimentos turísticos, sempre de alta qualidade.
A iniciativa permitiu diminuir a importação de alimentos, e esses recursos foram destinados a melhorar as condições de produção ou outros programas sociais.
A Agricultura Urbana e Suburbana está em processo de transição do manejo integrado de pragas, que utiliza níveis mínimos de substâncias químicas, ao manejo agroecológico, o que constitui um grande passo para frente, se levamos em conta que antigamente se utilizavam métodos convencionais.
Cuba compartilha sua experiência com vários países, para propulsar a chamada agricultura familiar ou sustentável em pequena escala, entre eles Venezuela, Uruguai, México e nações das Antilhas Menores.
O desenvolvimento e consolidação da agricultura urbana e suburbana ao longo de Cuba foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, que o considera modelo a ser aplicado no mundo impactado por eventos da natureza e prolongada crise econômica e alimentar.