Hoje em dia, 180 milhões de hectares de terra no mundo são cultivados na modalidade de agricultura de conservação, que permite conter a degradação dos solos e aumentar os rendimentos de maneira sustentável.
Esta modalidade permite investir menos tempo e mão de obra na preparação dos terrenos, diminui o consumo de combustível e de insumos químicos, portanto, a poluição do ar também é menor. Além disso, viabiliza melhores colheitas e mais receitas.
Quarenta e cinco por cento dessa prática se realiza na América Latina, especialmente no Brasil e na Argentina.
Em Cuba, onde o governo dá prioridade à produção de alimentos, a agricultura ecológica vem ganhando espaço nos últimos anos, até porque a proteção do meio ambiente também é um dos objetivos do país.
A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – considera esta modalidade de conservação a resposta mais direta à mudança climática. Em Cuba, a agricultura de conservação se encontra em fase inicial; já foi aplicada em vários terrenos e sua funcionalidade foi comprovada.
A mencionada estratégia vem sendo implementada em algumas regiões do país. Estamos falando concretamente nas províncias de Guantánamo e Pinar del Rio, onde centenas de hectares de terreno são dedicados à prática da também chamada agricultura de lavoura zero, cuja vantagem é proteger o solo contra os processos erosivos.
Em Pinar del Rio, situada no extremo oeste de Cuba, se realizaram estudos para a aplicação dessa alternativa na plantação do tabaco, um dos principais itens de exportação do país.
Constatou-se o melhoramento do PH do solo, bem como de sua estrutura, umidade, atividade microbiana e fertilidade.
No quadro dos esforços de Cuba concentrados na adesão a essa prática que ganha mais e mais adeptos em nível mundial, no ano passado Havana sediou um encontro internacional sobre o tema, que permitiu adquirir experiências de outros países e estabelecer um mapa de caminho para incentivar, em Cuba, a implementação da agricultura de conservação.
Os participantes da Consulta de Experts Internacionais em Agricultura de Conservação constaram como avança Cuba nessa atividade agrícola sustentável, em visita a várias províncias.
Percorreram, também, o Instituto de Mecanização Agrícola, situado na província de Artemisa, onde puderam ver in loco os bons resultados obtidos na aplicação da plantação direta, que prescinde da lavoura e favorece a conservação do terreno cultivável.
As autoridades cubanas, apoiadas pela FAO, apostam na agricultura de conservação para enfrentar os desafios atuais, como a mudança climática e não afetar a segurança alimentar da população, e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. (Maria Josefina Arce)