Irma, os olhos do medo

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-09-11 16:01:29

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Foto:Internet

Um habitante do município cubano de Santa Cruz del Norte, na província de Mayabeque, que não quis sair de casa com sua família ante a proximidade do furacão Irma, contou como o mar embravecido quebrou as portas de sua casa e jogou dentro quilos de areia e pedra colocando em risco a vida de todos. O homem resumiu sua experiência com uma frase: essa noite, disse, vi os olhos do medo.

E não é para menos, se levarmos em conta o devastador trajeto do furacão, que ao longo de milhares de quilômetros, desde o arco das Antilhas Menores até o território dos Estados Unidos, semeou a destruição, a morte e muito medo.

Quando em seis de setembro, Irma caiu com toda sua força sobre Antigua e Barbuda, já tinha categoria 5, a máxima, na escala Saffir-Simpson.

Nessa ilha afetou 90 por cento dos prédios e demoliu totalmente um terço das casas. O hospital, escolas e hotéis foram destruídos e blocos de moradias foram cobertos de água ou esmagados pelo vento. Quando o primeiro-ministro Gasto Browne sobrevoou em helicóptero o território, disse que sua primeira impressão era que tinha ficado totalmente inabitável.

A potência do furacão era tal, que sua passagem pelas ilhas de Sotavento foi percebido pelos sismógrafos instalados em Guadalupe.

Com ventos de mais de 290 quilômetros por hora, o furacão passou perto de Porto Rico, onde provocou severos prejuízos, e a ilha de La Española, que dividem República Dominicana e Haiti. Neste último país, o mais pobre do hemisfério ocidental, e atingido por sucessivas calamidades recentemente, os destroços foram mínimos, felizmente.

Em Cuba foi diferente. O furacão percorreu a costa norte e tocou terra sobre as ilhotas das províncias de Camaguey e Villa Clara, importantes centros turísticos do arquipélago que sofreram numerosas perdas.

Testemunhas relatam que numerosos municípios ao longo da ilha foram golpeados pela força do vento e do mar, entre eles a praia de Varadero, a cidade de Matanzas e a já mencionada Santa Cruz do Norte, onde a fábrica de rum Havana Club foi atingida.

As entradas do mar em terra firme foram o pior; provocaram inundações não vistas em décadas, assim como a amplidão e a duração dos ventos. Em Havana, as rajadas de tempestade tropical sopraram durante 16 horas.

Após sua passagem por Cuba, Irma rumou para a Flórida e entrou em terra, o que fez com que perdesse intensidade e poder de destruição, mas antes tinha deixado 30 mortos no Caribe e nos EUA. Em Cuba, infelizmente, morreram 10 pessoas, e os prejuízos são consideráveis. Porém, a população organizada e com muito experiência na passagem desses eventos da natureza, já está trabalhando na restauração dos danos.

Um poderoso furacão que castigou, durante uma semana, uma vasta região, onde muita gente pôde ver os olhos do medo.(Guillermo Alvarado)

 

 



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