Neste domingo, 15 de outubro, mais de 18 milhões de venezuelanos vão às urnas para eleger os governadores de 23 estados da nação sul-americana. Os cidadãos de Caracas não participam porque a capital tem uma jurisdição especial, com uma prefeitura metropolitana.
O pleito decorre num panorama complexo, marcado pelos ataques da direita na mídia e as agressões e sanções impostas pelos EUA ao governo constitucional do presidente Nicolás Maduro. A isso se somam as declarações de teor ingerencista das autoridades do Brasil, Argentina, Panamá e Colômbia, junto às do secretário-geral da OEA, Organização de Estados Americanos, Luis Almagro.
No plano interno, a situação econômica é tensa por causa da guerra levada adiante pela oposição nessa área. O desabastecimento e a inflação galopante afetam seriamente a população.
Não se descartam ações violentas promovidas pela oposição de direita, que até agora tem fracassado ao utilizar esse método para tentar gerar o caos no país. Cabe recordar os acontecimentos desse tipo entre abril e julho passado, que deixaram saldo de mais de 100 mortos e volumosos prejuízos materiais na infraestrutura pública e imóveis.
Com certeza, os grupos opositores dirão que houve fraude se o resultado não for do seu agrado, apesar de organismos internacionais terem certificado nos últimos anos a transparência das votações na Venezuela. Os observadores presentes em pleitos anteriores destacaram a boa organização e confiabilidade dos dados fornecidos pelo Conselho Nacional Eleitoral.
Neste domingo, dezenas de ex-presidentes e funcionários de organismos eleitorais internacionais acompanharão o processo em todo o território venezuelano.
Muitos fatores influem na hora de emitir o voto, porém, é evidente a divisão existente nas fileiras da oposição e os métodos ilegais aos quais apela para tentar assumir o poder. Não é segredo o fato de que, nos estados onde o governador é de direita, os programas sociais promovidos pela Revolução Bolivariana encontram muitos empecilhos para sua implementação. Isso ocorre de maneira proposital, para gerar descontentamento na população.
O Conselho Nacional Eleitoral anunciou que neste domingo os centros de votação estarão abertos enquanto houver um eleitor na fila. Se trata de mais uma oportunidade para que o povo venezuelano possa escolher entre a paz, promovida pelo governo, e a violência, arvorada pela oposição de direita.(María Josefina Arce)