A polêmica em torno do esquema de espionagem global montado pela NSA, Agência Nacional de Segurança dos EUA, cresce em nível mundial, pelo fato de que milhões de pessoas nesse país e no exterior continuam sendo vítimas dessa prática ilegal.
Na terça-feira passada, uns 5.000 sites norte-americanos e de outras nações se juntaram num protesto massivo na internet contra a violação dos direitos dos cidadãos e da soberania dos Estados.
A ação foi convocada por organizações defensoras dos direitos civis e grupos informáticos com o propósito de exigir o fim da vigilância às comunicações telefônicas e cibernéticas.
O escândalo chegou até a ONU, Organização das Nações Unidas, porque a intercepção ilegal das comunicações e dados de cidadãos, empresas e governos constitui uma ameaça séria à soberania e aos direitos individuais.
Uma das personalidades vítimas desse esquema de espionagem, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, destacou em seu recente discurso na ONU que era preciso manter a neutralidade da rede mundial de computadores e proibir o uso da internet para atividades desse tipo.
Diante da onda de protestos, o governo dos EUA anunciou recentemente algumas modificações no trabalho dos órgãos de inteligência. Porém, na prática foram mantidos quase todos os programas, sendo suspensa apenas a vigilância sobre líderes de países aliados e amigos, sem especificar quem serão os excluídos da lista negra.
Documentos vazados em junho passado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden confirmaram que os EUA grampeiam as comunicações telefônicas e digitais de seus cidadãos e de governantes, empresas e pessoas em mais 35 nações.
Na colheita ilegal de dados trabalham a NSA e mais 16 órgãos de inteligência, 1.271 organizações governamentais e 1.931 empresas privadas norte-americanas e de outros países. O pretexto utilizado é o combate ao terrorismo e a preservação da segurança nacional.
Para ninguém é um segredo que as autoridades norte-americanas não têm limites quando se trata de impor seus interesses no mundo, e para isso não hesitam em desencadear guerras e conflitos regionais, ocupar países, derrubar governos não afins a sua política, e assassinar líderes e personalidades pelo mundo afora.
O protesto de terça-feira passada na internet mostrou que é preciso a união de todos contra essa prática inadmissível dos EUA, que atenta contra a privacidade das pessoas, a paz e a segurança mundial.
(M.J. Arce, 13 de fevereiro)