No dia 22 os argentinos irão às urnas numas eleições legislativas que poderiam significar maior ou menor número de cadeiras no Congresso para o partido de governo Cambiemos. Porém, o resultado não vai modificar a política de tarifaços, com aumentos progressivos nos preços dos serviços básicos.
O governo do presidente Maurício Macri deixou claro que a votação não modificará o calendário de aumentos nas tarifas de água, eletricidade e gás.
O certo é que desde que assumiu o poder, Macri arvorou essa política. Dois meses depois de ocupar o posto, concretizou seu apoio às medidas desse tipo, e ao mesmo tempo reduziu os subsídios ao consumo.
Desde fevereiro do ano passado, os consumidores residenciais de eletricidade tiveram de pagar de 300 a 500% a mais, sob a ameaça de cortes de energia. Depois, a justiça argentina conseguiu frear outra subida de até 600% e proibir os cortes à população por falta de pagamento.
Contudo, as autoridades mantêm essa tendência, que significa um golpe substancial nos bolsos das famílias mais vulneráveis, com o decorrente agravamento da pobreza e da desigualdade social. A esta situação se soma a onda de demissões que tem gerado protestos de rua contra a política neoliberal defendida pelo governo.
Nesse contexto, a ex-presidente Cristina Fernández, atual candidata ao Senado pela frente Unidade Cidadã, denunciou que as autoridades argentinas estão hipotecando o futuro do país, afogando as possibilidades de crescimento e desenvolvimento, e submetendo a sociedade a uma inflação insuportável.
A política levada adiante pelo presidente Macri tem gerado descontentamento na população e mobilizado amplos segmentos da sociedade. Cabe lembrar a desvalorização da moeda, o peso argentino, em 40% depois da suspensão do controle de câmbio, e a subida nas tarifas também do transporte.
O atual mandatário deitou por terra muitas das conquistas populares dos últimos anos. Hoje, os argentinos sentem nas costas o fardo da política neoliberal de Macri, chamado de “presidente dos ricos”. (M.J. Arce)