Parlamento colombiano se inclina para a direita

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2018-03-13 14:22:28

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Por Guillermo Alvarado

As forças mais recalcitrantes da direita e inimigas do processo de paz consolidaram posições no Parlamento colombiano. É verdade que não conseguiram votos suficientes para controlar totalmente o organismo legislativo, mesmo assim inquieta o futuro de importantes temas para a vida econômica e nacional nesse país sul-americano.

O partido Centro Democrático, do ex-presidente Álvaro Uribe, foi o mais votado no Senado, onde ficou com 19 cadeiras das 108 que o compõem. Já na Câmara de Representantes obteve 32, de um total de 172.

Se adicionarmos os legisladores dos partidos Cambio Radical e Conservador – a chamada direita dura – têm maioria ampla, sem ser absoluta.

O grande perdedor foi o Partido da Unidade Nacional, do presidente Juan Manuel Santos, que, em total, perdeu 19 cadeiras no legislativo, castigado, sem dúvida, pelos escândalos de corrupção e por não conseguir controlar a violência, especialmente a dirigida contra os líderes comunitários.

Subiu o número de legisladores de organizações de centro e progressistas, como o Polo Democrático Alternativo, Aliança Verde e a Lista da Decência, que apoiam os acordos de paz e a reconciliação no país, no Parlamento, que é dominado tradicionalmente pela direita e os grandes partidos políticos, com muitos recursos econômicos.

A grande novidade foi a primeira participação da Força Alternativa Revolucionária do Comum FARC – ex-guerrilha – das eleições no Parlamento, onde já tinha garantidos dez lugares, cinco em cada uma das duas câmaras legislativas, por conta dos acordos de paz.

Aliás, as FARC, pouco tempo tiveram para se preparar, quase sem dinheiro, sem falar na aberta hostilidade dos grandes meios de comunicação que insistiram em demonizá-las. Desse jeito, tiveram uma campanha bastante acidentada, o que impediu que obtivessem melhores resultados.

Tampouco ajudou que seu candidato à presidência, Rodrigo Londoño, fosse obrigado a abandonar a contenda por problemas de saúde.

Outro fator que incidiu nos resultados foi a corrupção, isto é, a compra e venda de votos, que favoreceu a extrema direita. Há vídeos que mostram pessoas recebendo dinheiro nas mesas eleitorais depois de votarem.

Sem falar na apatia da população, farta de políticos que prometem e não cumprem as promessas. Mais da metade dos 36 milhões de colombianos cadastrados – de 53 a 54 por cento – preferiram ficar em casa.

Com relação às duas consultas interpartidárias de domingo não houve surpresas: foram ratificadas as candidaturas presidenciais de Ivan Duque, afilhado político de Uribe, e do ex-prefeito de Bogotá e ex-militante do grupo rebelde M-19, Gustavo Petro. Embora vão competir com outros seis candidatos, as pesquisas apontam que um dos dois será o próximo presidente do país. Sobre o tema, continuaremos falando em outros comentários.



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