Por Guillermo Alvarado
Nos últimos tempos, principalmente depois de os Estados Unidos ter enganado o mundo com aquela história das armas de destruição em massa nas mãos do Iraque, se amplia o perigoso hábito de potências ocidentais utilizarem meras acusações para provocar atos hostis, sem provas, contra governos que não convêm aos seus interesses.
É isso o que está se passando com a Rússia desde que o Reino Unido, baseado em meras palavras, acusou o governo de Vladimir Putin de ter envenenado com uma substância neurotóxica o ex- espião duplo Serguei Skirpal e sua filha Yulia, na localidade britânica de Salisbury.
Skripal trabalhava simultaneamente como espião para Moscou e Londres até que foi descoberto e punido na Rússia. Atualmente, vivia no Reino Unido.
A primeira-ministra britânica Theresa May responsabilizou categoricamente Putin pelo atentado, porém, até agora, não mostrou nenhuma prova, nada se sabe dos resultados das investigações, e também não há ninguém preso. Além disso, se negou a entregar à Rússia uma amostra do tóxico para estudo, conforme estabelecem os tratados internacionais.
A simples acusação da chefe de governo provocou avalanche de atos contra a Rússia fazendo-nos recordar os dias mais tristes da chamada guerra fria.
Num instante, o executivo britânico expulsou 30 diplomatas russos, um verdadeiro exagero se levarmos em conta que não há nada que sustente a versão de que a Rússia é culpada.
Desde o começo desta semana, as sanções endureceram: o presidente dos Estados Unidos Donald Trump (para se exibir) ordenou a expulsão de 60 funcionários russos e mandou fechar o consulado desse país em Seattle sob o pretexto que de que essa cidade fica perto de uma base de submarinos e da fábrica de aviões Boeing.
Imediatamente, ao menos 20 países imitaram os passos do Reino Unido e dos EUA, a maioria membros da União Europeia. Essa algazarra toda sem que haja provas das acusações feitas por Theresa May e apesar de Vladimir Putin ter se prontificado a cooperar para o esclarecimento do assunto.
O porta-voz do Kremlin Dimitri Peskov, lamentou a maneira em que ocidente está conduzindo as relações internacionais e deixou claro que seu país nada tem a ver com o caso avisando que serão tomadas as medidas contra passos abertamente inamistosos.
É como se, de repente, um surto de russofobia se tivesse espalhado entre os dirigentes das principais potências ocidentais. Para quem não sabe: a palavra fobia significa não só ódio, mas também medo e isso nos deixa aberta uma pergunta que responderemos em próximos comentários. Por quê EUA, OTAN, e a União Europeia têm tanto medo da Rússia?