No segundo mandato da presidente do Chile, Michelle Bachelet, que tomou posse nesta semana, se prevê um fortalecimento das relações desse país com Cuba, que tiveram seu auge a partir da amizade histórica entre o líder da Revolução cubana, Fidel Castro, e o então chefe de Estado chileno, Salvador Allende, que morreu defendendo o Palácio Presidencial durante o golpe militar de 1973.
Na cerimônia de posse, Cuba foi representada pelo primeiro vice-presidente, Miguel Díaz Canel. Ele qualificou de entranhável e amistoso o encontro que teve com Bachelet.
No primeiro mandato da nova chefe de Estado, de 2006 a 2010, as duas nações mantiveram relações cordiais. Em fevereiro de 2009, Bachelet viajou a Cuba. Essa foi a primeira visita a Havana de um presidente chileno desde a realizada por Allende em 1972.
Em seus encontros com as autoridades cubanas, respaldou a suspensão do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba, vigente desde o começo da década de 1960. Junto ao presidente cubano, Raúl Castro, inaugurou a 18ª Feira Internacional do Livro de Havana, que naquela ocasião teve o Chile como país convidado de honra.
Também foram assinados vários acordos bilaterais, alguns deles ainda vigentes hoje. É o caso do tratado de colaboração para promover o intercâmbio comercial entre os dois países e facilitar o acesso ao mercado de bens e serviços. Houve acertos noutras áreas, como o esporte, florestal, cinema e patrocínio cultural.
Esses convênios constituem um bom alicerce para a aproximação atual, no segundo mandato de Michelle Bachelet, que deixou bem clara sua intenção de trabalhar em favor da integração regional. Antes, expressara esse propósito na 2ª Cúpula da CELAC, Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, no final de janeiro em Havana.
Cuba coincide com essa política de integração e de unidade dos povos desta área geográfica, interesse demonstrado durante seu mandato como presidente pro tempore do bloco regional.
Nesse contexto, é possível vaticinar uma renovação dos laços entre Cuba e o Chile, nos planos econômico, comercial e político. Os dois povos mantêm uma relação amistosa e solidária.
(M.J. Arce, 14 de março)