Por: Maria Josefina Arce
A solidariedade de Cuba ao povo saariano tem sido vasta e perdura através de décadas, afirmou durante sua visita a Havana o presidente da República Árabe Saariana Democrática Brahim Gali. O visitante manifestou interesse em aprofundar os históricos laços de amizade entre as duas nações.
Cuba sempre acompanhou os saarianos em sua luta pela soberania e contra a ocupação de seu território pelo Marrocos há mais de 40 anos. E é uma das 80 nações que reconhecem a República Árabe Saariana Democrática, assentada no exílio, no deserto norte-africano.
Desde a década de 1970, a Ilha propulsa dentro da ONU resoluções em favor do direito desse povo à independência e livre determinação, mas até agora tais resoluções não prosperaram.
Inúmeras vezes, Cuba se pronunciou contra o sofrimento e as humilhações que sofrem os saarianos, dos quais 150.000 vivem na porção do Saara Ocidental ocupada pelos marroquinos, enquanto que 50.000 sobrevivem no meio do deserto, na parte controlada pela Frente Polisário, que liderou as lutas do Saara Ocidental por sua independência.
Outras 200.000 pessoas vivem em bases de refugiados no deserto da Argélia e dependem da ajuda humanitária que foi diminuindo ao passar dos anos.
Desde 1970, os cubanos assistem esse povo, especialmente nas áreas de saúde e educação. Mais de quatro mil jovens se formaram em Cuba em diferentes especialidades.
É inestimável a ajuda cubana na área de saúde. Vale recordar que os recursos naturais do Saara Ocidental embora pertençam ao povo saariano, são controlados pelo Marrocos, portanto a falta de dinheiro faz com as crianças locais sejam desnutridas e elevada a taxa de mortalidade nos partos, entre outros muitos problemas.
Em 2015, quando fortes enchentes causaram estragos nas bases de refugiados em Tindouf, a sudoeste da Argélia, uma brigada do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves “Henry Reeve” embarcou para o lugar. E, junto com seus colegas cubanos que trabalham lá, atenderam ao longo de um mês mais de mil pacientes em quatro hospitais.
Educadores cubanos também prestam serviço na República Árabe Democrática Saariana e fornecem os materiais didáticos.
Ora está em andamento um programa de formação de professores, a fim de consolidar os diferentes níveis educativos, sem a presença permanente de educadores cubanos.
A relação entre ambos os povos é de amizade e irmandade, o que foi conferido pela visita a Havana do presidente da República Árabe Saariana Democrática. Não hesitou ele em afirmar que cada vez que vem a Cuba acaba voltando para sua gente com grande espírito revolucionário e de resistência.
