Por: Guillermo Alvarado
O chamado Grupo de Lima é composto por alguns países da região a instâncias de Washington para que desempenhe o papel de ponta de lança contra a República Bolivariana da Venezuela e outras nações com governos progressistas.
Não faz parte dos mecanismos multilaterais em nível mundial ou continental por mais que alguns meios de imprensa ocidentais insistam em lhe atribuir essa qualidade. É uma espécie de clube, ou melhor, um cartel se nos atemos à definição desse termo, que é a união de empresas – ou países – criada para defender interesses comuns, lícitos ou ilícitos, e eliminar ou controlar a concorrência.
No caso deste grupo, o interesse comum é ser gratificados pelos Estados Unidos que, geralmente, retribuem a gentileza com generosas ajudas econômicas e financeiras, desde que sigam, naturalmente, as ordens emitidas em Washington.
É, portanto, um cartel submisso, um cavalo de madeira, parecido com que utilizaram os gregos para destruir Tróia, seu principal rival na navegação marítima e no comércio naqueles tempos.
Carece de legitimidade e de moral e viola princípios fundamentais da convivência internacional, entre eles a não intervenção nos assuntos internos dos Estados e a incitação ao uso, ou à ameaça do uso da violência, para quebrar a ordem institucional num país soberano e independente.
O que chama poderosamente a atenção é a presença no clube de alguns governos que acham que podem dar lições de democracia, ou jogar pedras contra o vizinho quando seu teto – se é que tiverem - é o mais frágil dos vidros.
Por exemplo, a Guatemala, um Estado de papel criado para beneficiar pequenos grupos que vão se revezando no ordenho dos poucos recursos públicos, criando redes de impunidade que não puderam ser desfeitas apesar de estarem presos um presidente e seu vice, ambos por corrupção.
Mais trágico é o caso do Panamá, onde se completaram recentemente 29 anos da invasão dos Estados Unidos que destruiu uma parte da capital, a zona mais pobre inclusive, o bairro de El Chorrillo, e deixou de 2.500 a 3.500 civis mortos e cujo governo agora se coloca a serviço dos carrascos para provocar noutra nação uma barbárie parecida, ou pior.
Já o presidente da Colômbia Ivan Duque exige respeito aos direitos humanos na Venezuela, mas omite que desde sua posse, em agosto passado, foram assassinados em seu país 90 líderes sociais – deles cinco nos primeiros seis dias de 2019 - com o silêncio cúmplice das autoridades que não podem, ou não querem parar esse extermínio sistemático.
Estes são alguns dos que ora predicam a violência contra o povo Venezuela. Há outros, que não são melhores dos anteriormente mencionados, porém por questão de tempo e espaço vamos focalizá-los em próximos comentários.