Por Maria Josefina Arce
Faz mais de 10 anos, os presidentes naquele tempo dos EUA, George W. Bush, e do México, Felipe Calderón, assinaram o controverso Plano Mérida, concebido supostamente para combater o tráfico de drogas.
O que significava essa iniciativa? Em primeiro lugar, uma ameaça aberta à soberania mexicana, devido à influência norte-americana nos aspectos militar e judicial.
Diferentes informações revelam: de 2007 a 2014 perto de 10.000 soldados mexicanos foram treinados por assessores norte-americanos, o que nos lembra a tristemente famosa Escola para as Américas, onde foram formados inúmeros torturadores durante as ditaduras militares na região.
A segurança no México não mudou em virtude do Plano Mérida. A guerra contra o narcotráfico que iniciou Calderón e continuou seu sucessor Enrique Peña Nieto levou ao reponte da violência.
A nação latino-americana continua sendo uma das mais violentas na região. A cada dia surgem novos grupos de traficantes de drogas e o número de homicídios sobe sem parar.
Os analistas julgam que a iniciativa procurou expandir a influência norte-americana e cuidar dos interesses do poderoso vizinho d Norte. Para lá dos narcotraficantes, alvejava grupos sociais que incentivam mudanças econômicas e sociais.
Para muitos, o Plano Mérida foi desenhado para proteger os investidores norte-americanos de diferentes ameaças deixando de lado o cidadão comum e a observância dos direitos humanos.
O novo presidente mexicano Manuel Andrés López Obrador foi explícito com relação a esse programa. “Não queremos a chamada iniciativa Mérida, porque o México não quer uma cooperação para o uso da força, e sim para o desenvolvimento”.
López Obrador propõe um plano de desenvolvimento para o sudeste e os países centro-americanos. Investir nas atividades produtivas e na criação de empregos.
Uma estratégia que o governo mexicano já está implementando para criar oportunidades a todos, especialmente para a juventude e evitar assim a busca de dinheiro fácil por meio de atividades delituosas.
Entre as medidas adotadas aparecem apoio econômico para idosos e produtores agrícolas, assim com bolsas de estudos para jovens em busca de emprego e atenção especial para os que não tiveram a oportunidade de estudar.
López Obrador quer um país tranqüilo, onde os cidadãos vivam seguros. Por isso, aposta na eliminação da pobreza e das desigualdades e em não incentivar a violência que consumiu a sociedade mexicana durante décadas.