M.J. Arce
Como no primeiro dia. Assim têm se mantido ao longo de 50 anos o apoio e a solidariedade da Brigada Venceremos ao povo cubano. Nestes dias, mais uma vez, seus integrantes visitam a Ilha onde estão entre amigos.
Após meio século com uma postura firme ante as pressões, multas e outras ações repressivas de Washington, os ativistas, procedentes dos EUA, não esmorecem no esforço para divulgar nesse país a realidade cubana, apesar das tentativas de deturpar essa verdade.
Cuba não está sozinha, expressou em Havana Leisle Kagan, uma das fundadoras da Brigada Venceremos. Ela disse que nesse período aprendeu que a solidariedade não é apenas uma palavra de ordem, é um compromisso que deve ser assumido dia a dia. Quando as pessoas se unem – sublinhou – é possível fazer história como tem feito a Revolução cubana junto com amigos do mundo todo.
Por sua vez, Noemí Rabaza, vice-presidente do ICAP – Instituto Cubano de Amizade com os Povos, afirmou num encontro em Havana que Cuba está eternamente agradecida aos brigadistas pelo respaldo à luta para pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA desde o começo dos anos 60.
Nesta ocasião, vieram a Havana 164 ativistas de 14 estados norte-americanos. Eles ratificam o apoio à Revolução cubana e seu compromisso de continuar divulgando os avanços no país apesar das difíceis condições geradas pelo cerco econômico, endurecido durante o mandato do atual presidente, Donald Trump.
A Venceremos foi a primeira brigada de solidariedade e trabalho voluntário que veio a Cuba depois da vitória da Revolução. Os primeiros dois contingentes viajaram em 1969 e 1970, com 216 e 867 integrantes respectivamente. Desde então, nunca pediram autorização ao governo norte-americano para viajar à Ilha, desafiando as restrições vigentes.
Acima da idade, raça, classe social, nível cultural e preferência política ou sexual, seus membros fazem valer o direito de viajar livremente sem ter de pedir licença às autoridades. Ao longo destes 50 anos, mais de 10 mil cidadãos norte-americanos desembarcaram em Cuba através dessa iniciativa solidária.
O líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro, sempre esteve muito ligado à Brigada Venceremos, recebendo seus integrantes e conversando sobre inúmeros assuntos de interesse mútuo. Inclusive participou de jornadas de trabalho voluntário com eles.
Nestes dias, o novo contingente dá seu apoio em atividades agrícolas e na remodelação de escolas e centros de saúde e culturais. Para Cuba, é um privilégio contar com bons amigos como eles, que acompanham a luta pelo fim do bloqueio e pela devolução do território ocupado pela Base Naval de Guantánamo.
Nesse ponto, o presidente do ICAP, Fernando González, expressou: “Venham mais Brigadas Venceremos, venham e visitem Cuba, com autorização ou sem autorização. Venham conhecer sua cultura, suas lutas e a coragem do povo que sempre os acolheu como irmãos. Os esperamos no ano que vem para continuar juntos fazendo história”.