G.Alvarado
Há uma grande tensão política e econômica em boa parte do mundo depois dos recentes ataques com drones contra duas instalações petrolíferas da Arábia Saudita, entre elas a maior refinadora de petróleo do planeta.
Os prejuízos provocados pelo ataque obrigaram a parar a produção em 5,7 milhões de barris/dia. Já a distribuição continua, porque o reino saudita possui armazéns em diferentes lugares como Holanda, Japão e Egito podendo entregar hidrocarbonetos a seus clientes durante várias semanas.
Não obstante, na última segunda-feira, os preços dos combustíveis subiram nos mercados internacionais, em primeiro lugar porque ninguém sabe ao certo quando vão recomeçar as atividades na refinadora de Abqaiq e no campo petrolífero de Khurais, os lugares mais atingidos.
Isto significa que, por enquanto, a tensão política é a consequência mais grave.
O ataque foi atribuído aos grupos rebeldes hutis do Iêmen, contra os quais a Arábia Saudita lançou intensos bombardeios liderando uma coalizão internacional - apoiada por várias potências ocidentais - que pretende impedir que esses grupos assumam o poder no país que domina o acesso ao Mar Vermelho e mais para lá, o Canal de Suez.
Sem nenhuma prova nas mãos, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, responsabilizou o Irã pela ação. Em mensagem na sua conta no Twitter disse o seguinte: Convocamos todos os países a condenarem publicamente os ataques do Irã. Estados Unidos vão continuar trabalhando com seus parceiros e aliados para garantir o fornecimento ao mercado energético e que o Irã assuma a responsabilidade por esta agressão.
Arábia Saudita foi mais prudente e até agora não mencionou responsáveis da agressão dando ênfase aos prejuízos e trabalhos para retomar as atividades.
O governo da Rússia pediu que não fossem tomadas medidas e tiradas conclusões precipitadas que pudessem agravar a tensão no Oriente Médio.
China – também membro do Conselho de Segurança da ONU – declarou que sem uma investigação indiscutível que permita tirar conclusões, não é atinado imaginar quem deve ser considerado responsável.
Trata-se de uma região muito explosiva depois da guerra desencadeada pela Arábia Saudita contra o Iêmen, com elevadíssimo custo humano, e a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã que rompeu o equilíbrio alcançado após anos de árduas negociações.
Alguns políticos deveriam recordar Newton e as leis elementares da física, em primeiro lugar aquela que diz que não tem ação sem reação.